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Guiné-Bissau. CEDEAO condena “tentativa de golpe” e responsabiliza Exército (com video)

A CEDEAO responsabiliza o Exército guineense pelo cerco ao edifício onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente e do primeiro-ministro. Ouviram-se tiros de bazuca e de metralhadora. Fonte do Expresso, de Portugal, afirma haver rumores de que terão sido os homens do Presidente a dar início à situação, sitiando os membros do Governo, enquanto estes se reuniam com o Presidente Sissoco Embaló. O tiro terá saído pela culatra e o Presidente terá sido morto, diz o Expresso. A BBC avança que um polícia morreu.

Rajadas de metralhadora foram ouvidos esta terça-feira junto ao palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República e do primeiro-ministro guineenses. Vários militares cercaram o edifício, em Bissau, e uma fonte no local disse à BBC que pelo menos um polícia foi morto.

Num comunicado, citado pela Reuters, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), disse que “está a seguir com grande preocupação a evolução da situação na Guiné-Bissau” e condenou aquilo que considera ser uma “tentativa de golpe”.

“A CEDEAO condena esta tentativa de golpe e responsabiliza o Exército pela segurança do Presidente Umaro Sissoco Embaló e os membros do seu Governo”, refere o comunicado.

Estabelecendo um perímetro de cerca de 500 metros à volta do palácio, os soldados colocaram barreiras para impedir o acesso dos civis à zona, onde também não circulam carros.

Através de uma nota no seu site, a Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau anunciou que “recomenda a todos os cidadãos portugueses residentes na Guiné-Bissau que, em virtude dos recentes acontecimentos, permaneçam em casa e aguardem novas informações”.

Segundo testemunhas contactadas pela Lusa, também perto do Palácio da Justiça está uma brigada de intervenção e vários militares e elementos das forças de segurança.

A AFP informa ainda que foram avistadas pessoas a fugir da área do palácio e que as lojas, as escolas, os serviços e os bancos da capital foram encerrados. Há ainda relatos de soldados a patrulharem as ruas em veículos militares.

Fonte contou ao semanário português Expresso que “circula o rumor de que terão sido os homens do Presidente a dar início à situação, sitiando os membros do Governo, enquanto estes se reuniam com o Presidente Sissoco Embaló. O tiro terá saído pela culatra e o Presidente terá sido morto. Na sequência destes acontecimentos, ainda por confirmar, pessoas cercam o Palácio em busca do Presidente”.    

As possíveis causas

Estes incidentes na capital guineense junto ao palácio governamental, rtelata o jornal Público, decorrem dias depois de uma remodelação do Executivo, decidida por Umaro Sissoco Embaló, que foi contestada inicialmente pelo partido liderado por Nuno Gomes Nabiam. Posteriormente, o líder do Governo disse que concordava com a remodelação feita.

As relações entre o chefe de Estado e do executivo têm sido marcadas nos últimos meses por um clima de tensão, agravada nos últimos meses de 2021 por causa de um avião Airbus A340, que o Governo mandou reter no aeroporto de Bissau, onde aterrou vindo da Gâmbia, com autorização presidencial.

Entre os governantes afastados na remodelação está o ex-secretário de Estado da Ordem Pública guineense, Alfredo Malu, que disse que a sua saída está relacionada com a sua actuação no caso do avião retido no aeroporto de Bissau.

Nas declarações aos jornalistas, o ex-secretário de Estado sublinhou que o Presidente da República considerou que foi da sua autoria a ordem de inspecção ao aparelho por parte de uma equipa de peritos norte-americanos.

O primeiro-ministro começou por dizer que o aparelho tinha entrado no país de forma ilegal e que trazia a bordo carga suspeita, mas dias depois afirmou, perante os deputados no Parlamento, que uma peritagem internacional, por si solicitada, concluiu que não se tratava disso, mas sem mais detalhes.

Com Público e Expresso

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Redação