Há relatos de tiros de bazuca e rajadas de metralhadora no junto do Palácio de Governo da Guiné-Bissau, onde decorria a reunião do Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República e do primeiro-ministro guineenses. A população tem ordem para recolher às suas casas devido a golpe de Estado aparentemente em curso.
(Em actualização)
Fontes da Presidência da República da Guiné-Bissau confirmam que o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, estarão no interior do edifício, cercado por militares.
Ninguém entra nem ninguém sai do Palácio, onde se encontram também vários outros membros do Governo e dirigentes guineenses, escreve a “Deutsche Welle”. Há também ordem geral para que toda a gente recolha a suas casas enquanto se ouvem tiros em Bissau.
As notícias são ainda contraditórias, as causas do estado das coisas não são ainda conhecidas e fontes consultadas pelo Expresso falam da fotografia de uma pessoa morta que circula e da ordem geral para que a população recolha às suas casas.
Segundo testemunhas contactadas pela Lusa, também perto do Palácio da Justiça está uma brigada de intervenção e vários militares e elementos das forças de segurança.
Estes incidentes na capital guineense junto ao palácio governamental decorrem dias depois de uma remodelação do executivo, decidida pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, que foi contestada inicialmente pelo partido liderado pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam. Posteriormente, o líder do Governo disse que concordava com a remodelação feita.
As relações entre o chefe de Estado e do executivo têm sido marcadas nos últimos meses por um clima de tensão, agravada nos últimos meses de 2021 por causa de um avião Airbus A340, que o Governo mandou reter no aeroporto de Bissau, onde aterrou vindo da Gâmbia, com autorização presidencial.
Entre os governantes afastados na remodelação está o ex-secretário de Estado da Ordem Pública guineense Alfredo Malu, que disse que a sua saída está relacionada com a sua atuação no caso do avião retido no aeroporto de Bissau.
Nas declarações aos jornalistas, o ex-secretário de Estado sublinhou que o Presidente da República considerou que foi da sua autoria a ordem de inspeção ao aparelho por parte de uma equipa de peritos norte-americanos.
O primeiro-ministro começou por dizer que o aparelho tinha entrado no país de forma ilegal e que trazia a bordo carga suspeita, mas dias depois afirmou, perante os deputados no parlamento, que uma peritagem internacional, por si solicitada, concluiu que não se tratava disso, mas sem mais detalhes.
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