Financiado pela União Europeia em 6,5 milhões de euros, o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, alertou hoje na Cidade da Praia que se o Aterro Sanitário de Santiago não for bem gerido “vai correr o risco de se transformar rapidamente numa lixeira”.
O governante fez essas considerações quando falava em declarações à imprensa à margem do ateliê de nacional de validação técnica do Programa Nacional de Investimento Agrícola, Segurança Alimentar e Nutricional (PNIASAN), ao ser instado pelos jornalistas sobre a situação real do Aterro Sanitário de Santiago, inaugurado em Maio de 2015, e que se aguarda ainda a sua entrada em funcionamento.
“Há muitas questões técnicas e financeiras que terão que ser equacionadas para que o aterro possa ser gerido de forma adequada, porque se não for gerido de forma adequada, rapidamente poderá se transformar numa lixeira, e estamos a falar de investimentos de cerca de 7 milhões de euros que não podemos dar ao luxo de, num primeiro exemplo do aterro sanitário do país, correr mal”, afirmou.
Segundo o ministro, o funcionamento da infra-estrutura não depende directamente do Governo, mas sim, que cabe ao mesmo criar condições para o seu efectivo laboração, como por exemplo a lei-quadro que foi aprovado há pouco tempo na Assembleia Nacional e que vai permitir a gestão de resíduos sólidos urbanos como sendo um serviço básico, permitindo uma série de outras medidas que ajudam a sustentabilidade do sector de gestão integrada de resíduos sólidos urbanos.
O Aterro Sanitário de Santiago que ocupa uma área de 20 hectares, tendo uma vida útil estimada em 18 anos, tem a capacidade para tratar 1,2 milhões de toneladas de resíduos sólidos de todos os nove municípios da ilha de Santiago.
Em Fevereiro, no final de um encontro entre o ministro de Estado, dos Assuntos Parlamentares, da Presidência do Conselho de Ministros, Fernando Elísio Freire, e a Associação dos Municípios de Santiago (AMS), o presidente da organização, Clemente Garcia, tinha apontado aquele mês como a data para o início do funcionamento do Aterro Sanitário de Santiago.
“É urgente a operacionalização do funcionamento do Aterro Sanitário de Santiago, que pensamos pôr a funcionar a partir deste mês, resolvendo, e de que maneira, o problema de saneamento na ilha de Santiago”, tinha anunciado o presidente da Câmara Municipal de São Domingos.
Na ocasião, o autarca reconheceu que o aterro situado no concelho de São Domingos, precisava de uma “pequena melhoria” para entrar em funcionamento, que tem a ver com a iluminação, tendo garantido que em relação ao transporte, todas as câmaras municipais da ilha tinham adquirido um camião há um ano, faltando, no entanto, o seu reforço.
O Aterro Sanitário de Santiago, financiado pela União Europeia (UE) em 6,5 milhões de euros, irá servir toda os municípios da ilha, ou seja, a Praia, Ribeira Grande de Santiago, São Domingos, São Lourenço dos Órgãos, São Salvador do Mundo, Santa Catarina, Tarrafal, São Miguel e Santa Cruz.
Com Inforpress
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