Cristilene Pimenta, 20, venceu no sábado, 16, o concurso Miss CPLP, que decorreu em Lisboa. A cabo-verdiana, que também faz trabalhos como modelo, sucede assim à sãotomense Maria Pires como a mais bela dos países que falam português.
A quarta Gala Miss CPLP aconteceu na sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), em Lisboa. Concorriam dez candidatas, com idade entre os 14 e os 26 anos, de todos os países de expressão portuguesa. Cabo Verde esteve representado por Cristilene Pimenta, natural de São Vicente, que acabaria por levar o ceptro de a mais bela, conquistando o título de Miss CPLP 2017 - a anterior era Maria Pires, natural de São Tomé Principe e descendente de cabo-vardianos, que vencera a edição de 2016.
Cristilene Pimenta tem 20 anos e chegou ao concurso com a coroa de Miss Cabo Verde. Já fazia trabalhos de modelo quando as colegas da escola a inscreveram, sem ela saber, no concurso de misses do liceu. "Comecei por dizer que não ia, mas acabei por ir. Ganhei esse e o outro, entre liceus. Depois, fui Miss da ilha de São Vicente e Miss Cabo Verde", contou a própria ao Diário de Notícias, na véspera da Gala.
Pelo meio, Cris teve muitas paragens na carreira de modelo para poder continuar a estudar - quer tirar o curso de Relações Públicas e Relações Internacionais. Como Miss Cabo Verde trabalha com crianças com síndrome de Down, que "são escondidas da sociedade, até pelas próprias famílias". "Assim como cada pessoa tem os seus problemas, cada país tem os seus problemas", resume Cristilene, dizendo que esta experiência serve também para trocarem histórias, não apenas mostrarem músicas ou danças novas às adversárias/companheiras.
O que significa este concurso? "O Miss CPLP é uma forma de conseguirmos contribuir para uma sociedade completamente diferente do que vimos à nossa volta no dia-a-dia", explicou ao DN Celso Soares, mentor e presidente do Comité Miss CPLP. "Quando se fala na comunidade lusófona, na lusofonia, a sensação que se tem é que há sempre uma ligeira confusão na mente das pessoas", acrescenta. "Porque há quem remeta logo a lusofonia para o continente africano, o que na verdade não é. Há quem remeta para um ambiente neocolonialista, o que não é. Há quem remeta para o colonialismo de forma encapotada, o que não é. Nós aqui temos outras perspetivas, associadas à cidadania e ao papel que temos como cidadãos de desenvolver uma sociedade à nossa maneira", conclui Celso Soares.
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