A direcção da CV Fast Ferry acusa o Instituto Marítimo e Portuária (IMP) de “sabotagem e abuso de poder” por causa de decisões que têm vindo a tomar em relação às suas embarcações.
O navio Kriola fez o percurso Brava – Fogo – Praia, nesta segunda-feira, mas não regressou, porque, segundo o presidente do conselho de administração da CV Fast Ferry, Andy Andrade, o IMP suspendeu a licença do chefe de máquinas, o que impediu a saída da embarcação do porto da Praia com destino Fogo – Brava.
De acordo com Andy Andrade, desde a época do Carnaval, 05 de Março, entre cancelamentos e atrasos provocados pelo IMP, já contabilizaram 30, e até 1 de Agosto, época que vai entrar em vigor, a nova concessionária do serviço de transporte marítimo já fez uma “previsão” de 100 cancelamentos e atrasos o que para o mesmo representa “um certo abuso de poder e de sabotagem”.
Andrade diz lamentar o ocorrido, tendo em conta que, conforme explicou, esta quarta-feira o navio já estava prestes a arrancar, com passageiros, cargas, bagagens tudo pronto, tendo já duas cabos desatados e a polícia informou que o Navio Kriola não podia partir por ordens do IMP.
“Neste momento, estamos a enfrentar uma série de constrangimentos, porque os passageiros já estavam embarcando, os turistas estão pedindo reembolso por questão de outras viagens agendadas e os que precisam viajar para Fogo e Brava e Brava – Fogo – Praia, não há previsão de quando a situação fica resolvida”, salientou o responsável, adiantando que sem chefe de máquina a embarcação não pode fazer viagens e o país está com défice de profissionais da área.
Questionado sobre os motivos da suspensão da licença do chefe de máquina, Andy Andrade limitou-se a dizer que perante os motivos apresentados pelo IMP, este pode estar “dentro dos seus direitos”, mas que não quer interferir na questão entre o IMP e o marítimo.
A única coisa que garantiu é que a empresa está a prestar todo o suporte necessário ao marítimo.
A Inforpress apurou que na quinta-feira passada, o navio Kriola não fez a sua viagem Brava – Fogo, por questões que envolviam o referido chefe de máquina, originando vários descontentamentos no seio dos passageiros que já se encontravam no porto da Furna.
Em relação à situação dos transportes, Andy Andrade acrescentou que estão a procurar por um chefe de máquina o mais breve possível, salientando que neste momento não possuem nenhuma outra solução para a ilha Brava que já ficou isolada, acrescentando também que esta é a época de maior movimento na ilha, mas, com esta situação, “fica difícil falar num desenvolvimento para a Brava tendo em conta as burocracias e abuso de poder”.
Segundo Andy Andrade, “Cabo Verde não possui falta de meios de transporte, mas sim muita burocracia que não deixa o país desenvolver e as empresas prestarem um serviço conforme o programado e estipulado”, finalizou.
A Inforpress quis ouvir a reacção do IMP na Praia sobre estas acusações, mas os contactos resultaram-se infrutíferos.
Com Inforpress
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