Carriçal, uma comunidade de 200 pessoas, na ilha de São Nicolau, recorre a pequenos barcos a remos, para se deslocar entre localidades, depois das chuvas terem cortado a única estrada de acesso ao resto da ilha, relatou um representante.
"É uma estrada de terra batida e, com as chuvas, abriram-se muitos buracos. A comunidade está há algum tempo sem poder utilizá-la e tem de recorrer a botes", desde há uma semana, para se deslocar entre localidades, por mar, contou à Lusa Ailton Gomes, representante da comunidade de Carriçal.
O problema é recorrente e, conforme explicou, "a única solução" para a comunidade realizar atividades do dia-a-dia é enfrentar o mar revolto em viagens que podem demorar algumas horas para chegar a outras povoações.
"Nem todas as pessoas conseguem viajar assim", apontou, mas "o menos grave" é que nem todas as pessoas que ali habitam saem para trabalhar, diariamente, noutros pontos da ilha.
"Na nossa zona, nós sobrevivemos da pesca, mas, sem estrada, como é que vamos utilizar veículos? As mulheres não vão conseguir vender peixe, que pode até estragar-se", lamentou.
A situação tem "dificultado bastante" a circulação, além de colocar em perigo a segurança dos habitantes, principalmente crianças e idosos, disse.
Com pouco mais de duzentas pessoas, a comunidade de Carriçal fica a quarenta e dois quilómetros de Ribeira Brava, principal cidade da ilha de São Nicolau.
A Lusa tentou obter esclarecimentos junto dos serviços municipais de Tarrafal de São Nicolau, mas não obteve resposta.
A ilha de São Nicolau tem uma área de 343 quilómetros quadrados e uma população a rondar 12 mil pessoas.
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