Tenho para mim que, independentemente de um deputado ser eleito pela lista de um partido, ele é o guardião de um mandato popular para fiscalizar os poderes públicos (neste caso, o governo) e representar o interesse geral. Tem sido sempre esta a minha prática enquanto parlamentar! Há quem não goste, há quem prefira transformar o momento numa onda de ovações e de certezas absolutas, de agradar ao chefe e de fazer tristes figuras.
Estou em crer que na última quarta-feira, 31, as cabo-verdianas e os cabo-verdianos fizeram estas interrogações durante o debate sobre o estado da Nação.
No hemiciclo da Assembleia Nacional, para além de duas visões antagónicas sobre o papel do deputado, estiveram em evidência dois partidos diferentes: o MpD original, que erguia orgulhoso a bandeira das liberdades democráticas e os princípios republicanos; e o outro, a sociedade anónima que sobrou dessa memória, onde a liberdade de opinião é esmagada e o único debate aceitável é sobre a questão de saber quem é o melhor a vergar a cerviz.
E, na ânsia de se vergarem muito e repetidas vezes para mostrar serviço, vale tudo: vender a alma, trair amigos e promover campanhas assassinas nas redes sociais - recorrendo a táticas extremistas e introduzindo a delinquência política.
Se a intenção é calarem-me estão absolutamente enganados!
Tenho para mim que, independentemente de um deputado ser eleito pela lista de um partido, ele é o guardião de um mandato popular para fiscalizar os poderes públicos (neste caso, o governo) e representar o interesse geral. Tem sido sempre esta a minha prática enquanto parlamentar!
Há quem não goste, há quem prefira transformar o momento numa onda de ovações e de certezas absolutas, de agradar ao chefe e de fazer tristes figuras.
Pela minha parte, prefiro apontar o dedo ao que está mal, avançar propostas e confrontar o governo com o seu próprio programa, que, na proporção que me cabe, ajudei a construir.
É isso que sempre fiz e irei continuar a fazer, por muito que custe a bajuladores e oportunistas!
Comentários
José Maria Rosario Rosario, 4 de Ago de 2024
Meus amigos, um partido dividido sobre si mesmo, não vai a lado nenhum. Utilizem a táctica de um
conhecido grande líder: Coloquem Orlando Dias no clube recreativo de Nova York, como chefe da missão, em vez de CEDEAO, e ele vai esquecer de todas estas polémicas, convertendo-se em cristão novo.
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Domingos Ramos Cardoso, 1 de Ago de 2024
Um tema muito pertinente no cenário político cabo-verdiano. Aqui ninguém é eleito fora do quadro partidário. A questão é: o mandato é do deputado ou do partido que escolheu para ser eleito pelo povo? Quem é eleito numa lista partidária deve obediência ao respectivo partido ou não?...
José Maria Rosario Rosario, 4 de Ago de 2024
Não se lembra do episódio de 92, que ficou celebre com a cassação de mandatos, no tempo de Naná, Fefezinho e Dico....Responder
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