O porta-voz dos profissionais de saúde, que hoje cumprem o segundo dos três dias de greve, Luís Sanches, considerou que a Região Sanitária Fogo/Brava está a regredir em termos de recursos humanos.
Luís Sanches apontou como exemplo o facto de o Hospital Regional São Francisco de Assis, que serve a população das ilhas do Fogo e Brava, estar sem nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, dentista/estomatologia há mais de dois anos, sem médico anestesista e com apenas um cirurgião.
Sanches apontou ainda outras deficiências ligadas ao serviço de radiologia com falta de materiais consumíveis como películas, mas também escassez de medicamentos.
Segundo o mesmo, ao invés de avançar a região sanitária está a piorar no capítulo de recursos humanos e com impacto negativo na população.
Além da falta de profissionais nas áreas mencionadas, o porta-voz referiu que há insuficiência de profissionais de enfermagem e cada sector trabalha com três enfermeiros num turno de 12 horas e de médicos que são obrigados a trabalhar 24 horas seguidas sem descanso semanal e com maior risco de errar e sublinhou que por falta de pessoal as férias são recusadas em alguns casos.
No que se refere à manutenção das infra-estruturas, o porta-voz dos profissionais de Saúde referiu também que se regista um retrocesso na Região Sanitária Fogo/Brava.
À semelhança do primeiro dia da greve os profissionais de Saúde do Hospital Regional São Francisco de Assis (HRSFA) e da delegacia de Saúde de São Filipe, trajados de t-shirts pretos e munidos de cartazes com vários slogans voltaram a concentrar-se hoje à frente do HRSFA.
Esta manhã o serviço de urgência registava pouca afluência de pacientes porque ao dirigirem à secretaria para confirmação das consultas são informados de que apenas os casos urgentes são atendidos e que as consultas externas estão canceladas devido à greve.
Um paciente que pernoitou no hospital com problemas de asma disse à Inforpress que o Hospital Regional São Francisco de Assis não dispõe de medicamentos para o tratamento desta doença e que nem encontrou o medicamento na única farmácia privada existente em São Filipe.
O mesmo mostrou-se preocupado porque ao se dirigir à farmácia recebeu informação de que não há uma data para a disponibilização do medicamento necessário para o tratamento da sua doença.
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