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Estado da Juventude. Que sociedade vamos ter em 2030?
Ponto de Vista

Estado da Juventude. Que sociedade vamos ter em 2030?

Depois de 15 anos de governação do PAICV com alguns feitos e desfeitos o MpD assume a governação do país com um conjunto de promessas e viragens da política para a juventude, mas contado 1 ano de governação não se vê ainda, em termos práticos, essas promessas a transformarem-se em políticas públicas claras para a juventude. Ainda nada dessas promessas se verificaram, nem a nível do governo central nem a nível do poder local. E esta prática de não responder às promessas continua a prevalecer desde legislaturas anteriores.

Muitas políticas definidas anteriormente eram fortemente partidarizadas e com um forte cariz assistencialista. A juventude tem de ter uma visão mais crítica e participativa em relação às políticas que são definidas e exigir dos poderes de decisão e execução o seu comprimento.

O país conta com muitos jovens formados, mas poucos são aqueles que conseguem emprego. Os jovens são chamados a ter uma acção global e não ser uma mera plasticina dos partidos  nem dos políticos.

Sendo a juventude a maioria da população, as políticas públicas e os planos de acção, sendo ser transversais, devem, porém, distribuir-se por especificidades sobre esta importante camada da populção cabo-verdiana, para uma maior eficácia e eficácia.

A mudança, ela é precisa! Que sociedade o país vai ter no horizonte de 2030, se os poderes públicos continuarem a ver a juventude como problema e não solução?

A educação é factor essencial para a transformação de qualquer sociedade, porém verifica-se, de ano para ano uma diminuição de incentivos à formação profissional e superior, relegando assim a juventude para o segundo plano 

Os jovens têm de ser empreendedores, mas  já o são porque investem todos os poucos recursos das famílias nos estudos, e as políticas de emprego são pouco claras e nem sempre são para beneficiar o público jovem mas sim para o benefício de grupos de "elite" partidária e seus familiares.

Os poucos que conseguem estão dentro de um grupo restrito ou que defendem  interesses de privados em troca de favores ou facilitação de negócios.

Os privados podem garantir o emprego. Quem representa o sector privado  em Cabo Verde? Quem são os maiores accionistas?

E o empreendedorismo e a inovação são caminhos possíveis para se dar voltas à situação. Mas como ser empreendedor num país com uma burocracia violenta, uma economia frágil e dependente do exterior, onde os bancos têm taxa de juros abismais. E mais, quais são as garantias dos jovens para os bancos?

Adilson Varela

Estudante de último ano do curso de Ciências Sociais - vertente Ciência Política - na Uni-CV

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Redação