O Vereador da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) e deputado nacional considerou que as consequências da tempestade de 11 de agosto configuram um “crime ambiental” e instou a Procuradoria Geral da República a agir e verificar as responsabilidades.
António Monteiro falava nesta segunda-feira, 01, no Mindelo, em conferência de imprensa dada para o efeito, junto ao Centro de Saúde da Bela Vista que, quase três semanas após a tempestade, tem ao lado um esgoto a céu aberto.
“Estamos perante um crime ambiental e eu afirmo com responsabilidade, porque é um assunto que pessoalmente tenho falado no parlamento e na própria comunicação social, que era preciso prestar atenção naquilo que estava a acontecer na São Vicente”, disse Monteiro, acrescentando que “nada foi feito”.
“Ninguém se importou”
Apontando casos concretos, o vereador da UCID disse que, por várias vezes, falou sobre a possibilidade de colocação de válvulas nos tanques de retenção de esgoto, o que poderia “reduzir drasticamente” o caudal de água que, por exemplo, desemboca na Avenida 12 de Setembro e na Praça Estrela.
Ainda segundo Monteiro, “ninguém se importou” em fazer isso, tão pouco em desassorear os diques nas diferentes zonas. Para o também deputado nacional, a consequência só poderia ser uma: “Não tendo infraestruturas de contenção para reduzir as energias da água, quando a chuva cai, o desastre era esperado”, salientou.
Pese embora a quantidade da chuva ter sido “bem grande”, se tivessem sido tomadas medidas atempadamente, “os estragos seriam bem menores”.
Monteiro aponta o dedo a Augusto Neves
O vereador da UCID considerou, ainda, que esta situação foi também provocada pela inexistência de um Plano Director Municipal (PDM). “Por mais que o presidente da câmara [Augusto Neves] diga que tem um PDM, ele não tem como, este tem de ser ratificado pelo ministro da tutela” (o que ainda não aconteceu), asseverou Monteiro, adiantando ser um assunto debatido há mais de dez anos, mas sem resolução até agora.
Segundo o vereador e deputado nacional, se houvesse o PDM, podia-se intervir em diversas áreas, inclusive na drenagem das águas de esgoto que, no caso da zona de Bela Vista, “é um problema crónico e que se agravou com as chuvas”.
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A equipa do Santiago Magazine