Brava: Relatório aponta falhas graves na gestão municipal de 2020 a 2024
Política

Brava: Relatório aponta falhas graves na gestão municipal de 2020 a 2024

Um relatório interno da autarquia bravense, aponta “falhas graves” durante a gestão no mandato anterior, com a alegada complacência da Assembleia Municipal, que não terá exercido as competências de órgão fiscalizador. Ressalta do relatório que, quando os dois órgãos municipais têm uma relação baseada em cumplicidades partidárias, ao invés de se pautarem por princípios institucionais e práticas republicanas, os riscos de desgoverno e falta de transparência aumentam exponencialmente.

Regressam as críticas à gestão municipal da Brava, no período de 2020 a 2024, após a divulgação de um relatório interno que aponta falhas graves no exercício do executivo camarário e denuncia a alegada complacência da Assembleia Municipal (AM), então liderada por Fernanda Burgo.

Segundo o relatório interno ao período da gestão de Francisco Tavares, as responsabilidades não podem apenas ser imputadas ao anterior presidente, já que, segundo o documento, a Assembleia Municipal não terá cumprido com o seu dever legal de fiscalizar o órgão executivo, garantindo normas e princípios legais da administração pública.

Assembleia Municipal foi “permissiva” em várias ocasiões

Segundo o relatório, pode depreender-se que a AM terá sido “permissiva” em várias ocasiões, permitindo que irregularidades avançassem sem o devido escrutínio. As conclusões do documento indicam “anuência tácita”, “falhas de fiscalização” e uma atitude de “tolerância” face a decisões e procedimentos da Câmara Municipal que impunham intervenção imediata do órgão fiscalizador.

Em diversas ocasiões - e perante intenção da bancada municipal do PAICV em interpor ações no Ministério Público -, a presidente da AM, de imediato, terá ido em socorro do presidente da Câmara, com a alegação de estar tudo bem e garantindo, reiteradamente, estar-se perante uma gestão “transparente e competente”.

Ainda segundo o relatório, parece perceptível que, sob a liderança da anterior presidente da AM, o órgão fiscalizador terá perdido independência e capacidade de supervisão, inibindo-se de confrontar o executivo com críticas e pareceres, permitindo que alegadas anomalias de gestão fossem reiteradas e acumuladas ao longo do mandato.

Responsabilidades repartidas

Com as conclusões do relatório, é recentrado o debate público sobre a necessidade de responsabilização repartida entre os dois órgãos: Câmara e Assembleia Municipal. É que, quando estes órgãos têm uma relação baseada em cumplicidades partidárias, ao invés de se pautarem por princípios institucionais e práticas republicanas, os riscos de desgoverno e falta de transparência aumentam exponencialmente.

C/Brava News
Foto: BN

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