Na cerimónia de abertura do IV Fórum Mundial de Desenvolvimento Económico Local (FMDEL), o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva (UCS), defendeu que o desenvolvimento local é um tema caro para Cabo Verde, que, por ser um arquipélago, obriga o país a encontrar soluções de desenvolvimento para cada ilha.
O evento, que decorre na capital do país entre 17 e 20 de Outubro, tem como tema central “Desenvolvimento Economico Local (DEL) como meio para se alcançar a igualdade, equidade e coesão no quadro da localização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentado (ODS)”.
“O desenvolvimento local é um tema que nos é caro (…). O percurso da nossa jovem democracia está intimamente ligado à emergência do poder local, com órgãos eleitos por sufrágio universal. Por esta via, a proximidade e a eficiência administrativa económica andam de mãos dadas com a eficiência política e responsabilidade política dos governantes locais perante as populações que os elegem”, defendeu.
Segundo o primeiro-ministro, por ser ilhas, o país é obrigado a procurar uma inserção no sistema económico mundial que propicie a conexão de cada uma das ilhas com o mundo e valorize o território como entidade viva, dotada de múltiplas facetas, com identidade e factores competitivos.
O chefe do Executivo afirmou ter plena consciência que a inserção na economia mundial tende a não ocorrer como um todo, tende a criar regiões ganhadoras e regiões perdedoras e migrações internas com efeitos que podem ser “devastadoras”, motivo para que o país tenha assumido o desenvolvimento local e regional como uma resposta que tem que ser aprimorada e maximizar a afectação sustentável de recursos.
Recursos humanos, organizacionais, financeiros, económicos e ambientais foram apontados pelo primeiro-ministro, considera ndoque estão sendo utilizados com “ineficiência” e com “desperdícios” em modelos “centralizadores de poder”, quando o modelo que se procura é valorizar o potencial de cada ilha, para promover o crescimento económico inclusivo e sustentável e reduzir as assimetrias regionais.
Abordagem idêntica deve ser utilizada perante a equidade de género e a nível da economia social solidária, conforme Ulisses Correia e Silva, que sublinhou que é preciso aproveitar a capacidade empreendedora de uma base alargada da população que está “muitas vezes” no desemprego ou a exercer actividades informais em condições de “elevada precariedade” para orientá-la para a organização e aumento de rendimento.
Tendo em conta a temática e a iniciativa das Nações Unidade para a Agenda 2030, o primeiro-ministro anunciou que Governo de Cabo Verde irá aprovar, em breve, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS) alinhado com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que irá ser implementado de forma a construir um compromisso com os objectivos e metas de âmbito nacional e regional para cada ilha.
O IV FMDEL que teve a abertura presidida pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, pretende reforçar alianças entre as partes envolvidas, promover a cooperação a nível nacional e estimular políticas de Desenvolvimento Económico Local (DEL) para a implementação das metas dos ODS a nível local.
Com a presença de mais de 2 mil participantes, oriundos de 76 países de todos os continentes, a organização acredita que trazer o FMDEL para a África é uma oportunidade para se debater mais sobre as políticas e as iniciativas de desenvolvimento promovidas nos países africanos, em linha com a Agenda 2063 e a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, e enriquecer a visão compartilhada sobre o DEL com a experiência e perspectiva africanas.
O evento contará com mais de 190 oradores, repartidos em mais de 50 sessões (sessão plenária, diálogos políticos, painel interactivo, sessão de aprendizagem), onde vão ser debatidos assuntos ligados ao DEL, no quadro dos ODS, com três áreas temáticas, nomeadamente “Integração e Coesão Territoriais”, “Resiliências e Sociedades pacíficas” e “Economia Sustentável e Inclusivo”.
O primeiro FMDEL teve lugar em 2011, em Espanha, o segundo no Brasil, em 2013 e o terceiro em 2015, na Itália
Com Inforpress
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