MpD acusa PAICV de operação digital de “guerra suja com métodos extremistas” para aceder ao poder
Política

MpD acusa PAICV de operação digital de “guerra suja com métodos extremistas” para aceder ao poder

O MpD acusou o PAICV esta segunda-feira, 14, de orquestrar operação digital e comunicacional “de guerra suja” com instruções que “atentam a democracia, integridade moral dos adversários políticos e adopçao de métodos extremistas” para aceder ao poder em 2026.

A acusação foi feita pelo secretário-geral do MpD, Agostinho Lopes, em conferência de imprensa, para reagir “a um documento do PAICV e que está a circular nas redes sociais” com “métodos extremistas, subversivos e antidemocráticos”.

Conforme explicou, o documento contém “orientações táticas” e instruções emitidas aos seus activistas nas redes sociais para “atacar e ofender” os apoiantes do MpD e o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, com foco nas eleições legislativas de 2026.

Disse tratar-se de atitudes e posicionamentos que configuram um cenário de ataques sistemáticos à democracia cabo-verdiana, com a montagem de planos de aniquilação de adversários, numa “estratégia sórdida” para se chegar ao poder, através da multiplicação de notícias falsas e de violência verbal transformadas em armas de combate político.

“Na realidade, o documento é um manifesto de como chegar ao poder, através de métodos extremistas, subversivos e antidemocráticos, tais como: atacar todos os comentários positivos e, sempre que possível, atacar os comentadores até pararem de participar nos debates, com ofensas, ameaças e suspensões, sempre que se mostrar necessário”, indicou.

O documento, prosseguiu, motiva os activas do PAICV a “atacar com comentários depreciativos, semeando desconfiança contra os apoiantes do MpD, semeando desconfiança no uso do dinheiro público, com o objectivo de ofuscar e ter a foco das obras públicas e quaisquer outros feitos do Governo”.

Apontou ainda que o mesmo estabelece a “utilização massiva de frases desmotivadoras e ameaçadoras” contra os apoiantes do MpD, como “2026 Ulisses Rua”, “mentira”, “mentiroso”, e dirigidas ao primeiro-ministro, incendiando as redes sociais para “níveis irracionais potencialmente perigosos”.

O secretário-geral do MpD frisou, no entanto, que essa atitude do PAICV começou desde 2016, e que agora tornou-se expresso com o intuito de manchar as obras e realizações do Governo, “sem se importar se elas são boas e úteis para o país e sua população”.

Acrescentou que o que importa para o PAICV “é sujar, colocar defeitos, desvalorizar e lançar suspensões”.

“É uma postura sistemática, centradas em narrativas falsas, maquiavelicamente montadas, não para se dar combate político republicano, mas para desvalorizar as conquistas e os avanços do país e destruir os adversários.  O que importa é chegar ao poder, custa o que custar”, apontou.

Lembrou que Cabo Verde tem uma imagem de país comprometido com a liberdade e com respeito pelas regras democráticas e que a imagem é um património de todos os cabo-verdianos e uma vantagem competitiva da nação pelo mundo fora.

Agostinho Lopes referiu ainda que “o manual de instruções do PAICV e a sua materialização já em curso” põe em causa este pacto social, este compromisso civilizacional que tem alavancado o desenvolvimento do país e a construção consistente da maioria das condições de vida e da dignidade dos cabo-verdianos.

“Ao orquestrar esta operação digital e comunicacional de guerra suja, que utiliza a mentira, o assassinato de caráter e o menos preso pelas necessidades da nação, é a maior ameaça que a nossa democracia enfrenta desde 1991. O manual em causa não é apenas um manual uma prática”, declarou.

Questionado sobre a veracidade do documento e como é que o MpD a ele teve acesso, Agostinho Lopes garante que o mesmo pertence ao PAICV e que o seu partido teve acesso ao documento após a eleição do novo presidente do PAICV.

“Tenho a certeza que este manual é o que está escrito no texto original e é do PAICV (…) Eu não tenho que garantir nada. Cabe a quem estiver interessado buscar por outros meios, não por mim, naturalmente, buscar por outros meios, certificar-se da veracidade ou não. Eu sei, tenho a certeza que o documento é verdadeiro e tenho a certeza da origem do documento”, afirmou.

Instado ainda se o MpD irá apresentar queixa, Agostinho Lopes disse que não, e que tendo em conta que se aproxima o período eleitoral, o partido irá dar o combate político necessário e continuar a trabalhar para proteger o projecto colectivo de Cabo Verde que é a consolidação da democracia.

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