Durão Barroso encoraja Cabo Verde a explorar todas as hipóteses da parceria com União Europeia
Política

Durão Barroso encoraja Cabo Verde a explorar todas as hipóteses da parceria com União Europeia

O antigo primeiro-ministro de Portugal, Durão Barroso, encorajou hoje Cabo Verde a avançar mais e explorar todas as hipóteses da evolução dinâmica da parceria especial com a União Europeia.

Durão Barroso, que foi também ex-presidente da Comissão Europeia, fez estas afirmações à imprensa, no final de uma audiência com o Presidente da Republica, José Maria Neves, esta manhã, na cidade da Praia.

Destacou os ganhos que Cabo Verde alcançou nos 50 anos de independência, salientando que tem uma notável democracia e que é um país que do ponto de vista económico e institucional conseguiu coisas que muitos países não conseguiram.

“Quando pensamos que Cabo Verde não tem os recursos naturais que os outros países têm, os países africanos que estão mais ou menos ao nível de desenvolvimento de Cabo Verde têm quase todos muito mais recursos naturais, é notável. Isso deve-se, sem dúvida, em primeiro lugar ao povo cabo-verdiano, à sua capacidade e resiliência, a todas as suas competências, mas deve-se também às lideranças políticas”, declarou.

Durão Barroso, que foi um dos protagonistas principais da parceria especial de Cabo Verde com a União Europeia, reconheceu que os objectivos dessa parceria foram cumpridos e que as autoridades cabo-verdianas estão satisfeitas porque a parceria especial tem funcionado.

“Mas, talvez se possa fazer mais e é desejável que se faça mais, é uma questão que espero que as autoridades cabo-verdianas e as autoridades da União Europeia consigam resolver”, disse.

Encorajou, neste sentido, Cabo Verde a avançar mais e explorar todas as hipóteses da evolução dinâmica da parceria com Portugal e com a União Europeia, frisando que essa é uma questão que deve ser desenvolvida pelo Governo cabo-verdiano.

“Não é apenas uma relação diplomática formal. Cabo Verde está muito ligado à Europa. O turismo, a esmagadora maioria dos turistas vêm da Europa. Até questões de interesse mais geoestratégico, como seja a segurança em toda esta região, o controle das rotas marítimas, as ameaças que há até em termos de tráfego de droga, tudo isso leva a que aja no interesse de Cabo Verde e no interesse da União Europeia”, apontou. 

Defendeu ainda que que a parceira especial entre Cabo Verde e a União Europeia devia ser visto de forma dinâmica, traduzindo os passos concretos que foram dados na implementação da tal parceria.

“O que penso agora, como espectador comprometido, se me permitem, como amigo de Cabo Verde, penso que faz sentido o vosso país avançar mais nessa parceria, explorar todas as hipóteses de evolução dinâmica da mesma, convencer os europeus, neste caso a União Europeia, também do interesse próprio da União Europeia nisso. Porque estamos numa altura em que não basta falar em amizade, é também necessário falar em interesses, hoje em dia”, concluiu.

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