Guerra no PAICV. Comissão de Jurisdição confirma queda da CPR de Santiago Sul e convoca novas eleições
Política

Guerra no PAICV. Comissão de Jurisdição confirma queda da CPR de Santiago Sul e convoca novas eleições

Direcção Nacional do PAICV também já virou as costas a Nelson Centeio, líder do partido em Santiago Sul desde Fevereiro, mas que acaba de cair, segundo deliberação da Comissão Regional de Jurisdição dos tambarinas.

O PAICV está em guerra aberta na maior região política do país. Depois de este diário digital ter avançado em primeira mão na sexta-feira, 30, que a Comissão Politica Regional havia caído com o pedido de demissão da maioria dos seus membros, Nelson Centeio, o ainda presidente do partido na região, veio desmentir a noticia e, além de reafirmar que continua de pedra e cal na liderança do PAICV em Santiago Sul, acusa a direcção nacional de interferir na sua gestão.

Esta tarde, a Comissão Regional de Jurisdição e Fiscalização (CRJF) delibera a favor dos 13 dos membros (a CPR de Santiago Sul é composta por 18 elementos, incluindo os supletes) que renunciaram o cargo e confirma a queda da Comissão Política Regional, liderada por Nelson Centeio, convocando, ao mesmo tempo, novas eleições.

A CRJF socorre-se do número 2, do art. 189, do Regulamento Eleitoral dos Órgãos Regionais do PAICV, que diz o seguinte: "A demissão do Presidente e dos Vice-presidentes das Comissões Políticas Regionais ou da maioria dos membros de qualquer órgão regional electivo regional, cujas vagas não possam ser preenchidas pelos recursos à regra prevista no número 1, determina a convocação de novas eleições".

Isto porque dos 13 membros que pediram demissão um é precisamente o vice-presidente, Florenço Varela, além de outros membros com posição de relevo na estrutura regional do PAICV em Santiago Sul.

“Se não existe nenhuma possibilidade de a Comissão Política Regional, eleita no dia 12 de Fevereiro de 2017, poder ser recomposta, para funcionar com a maioria dos membros eleitos efectivos ou suplentes, no âmbito das suas competências, respeitando os Estatutos do partido e aplicando o Regulamento Eleitoral dos Órgãos Regionais do Partido, sobretudo no previsto no seu art. 189, a Comissão Regional de Jurisdição e Fiscalização delibera aplicar o artigo 189 do Regulamento Eleitoral dos Órgãos Regionais do Partido, no seu número 2, determinando a Convocação de Novas Eleições”, dia a CJRF em comunicado.

A seguir a esta nota, o secretário-geral do PAICV, Julião Varela, emitiu um esclarecimento a contradizer Centeio. Mais do que isso, Varela nega a alegada ingerência da direcção do partido no funcionamento da CPR Santiago Sul. “A Direção Nacional do PAICV refuta, absolutamente e de forma inequívoca, todas as acusações falsas, feitas de forma irresponsável, irrazoável e imponderada, pelo Senhor Nelson Centeio; A Direcção Nacional do PAICV demarca-se, em toda a linha, da postura, a todos os títulos condenável, do Senhor Nelson Centeio”, lê-se no documento.

O comunicado do PAICV afirma que a “Comissão Política Regional de Santiago Sul foi eleita no dia 12 de Fevereiro de 2017 e, desde a sua eleição, tem funcionado com sérias dificuldades e foi confirmado, aliás, pelos Demissionários”, realçando que a postura da Liderança da Região de Santiago Sul fizeram com que, “passados menos de 2 meses da sua eleição, o seu Presidente Nelson Centeio se incompatibilizasse, não só com os Membros Eleitos, Efectivos e Suplentes, da sua própria Lista (incluindo o seu Vice-Presidente, Florenço Mendes Varela), como ainda com o próprio Secretariado-Geral do Partido e com o antigo Presidente da Comissão Política Regional de Santiago Sul, Fernando Moeda”.

“Com efeito, é inadmissível que o Presidente da Comissão Politica Regional de Santiago Sul queira culpabilizar a Direção Nacional do Partido pelos pedidos de demissão de 13 (treze), dos 18 (dezoito) Membros que foram eleitos, juntamente com ele, nas Eleições Regionais de 12 de Fevereiro de 2017, sendo que muitos desses membros integraram a sua Lista, e foram, por ele, convidados para integrar o seu projeto de candidatura à Liderança da Região de Santiago Sul. (…) Ademais, é inconcebível, desrespeitoso e irresponsável que o Senhor Nelson Centeio queira passar um atestado de menoridade aos Membros, eleitos, efectivos e suplentes da Comissão Política Regional de Santiago Sul, que são pessoas adultas e sérias, tentando passar a ideia de que terão sido “manipuladas”, para pedirem a sua demissão”, acrescenta o PAICV, sublinhando que são falsas as acusações de Nelson Centeio contra o próprio partido.

Como este jornal tinha avançado em primeira mão, 13 dos 18 membros da Comissão Política Regional (CPR) de Santiago Sul, liderada por Nelson Centeio, formalizaram o seu pedido de demissão do cargo, provocando a queda de Nelson Centeio e equipa. Centeio nega, mas a CJFR dá razão aos membros demissionários e cessa o mandato do presidente do PAICV em Santiago Sul. Agora vão ser agendadas novas eleições na maior região politica do país onde o actual líder não se demove e abre briga com a direcção do partido.

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