13 dos 18 membros da Comissão Política Regional (CPR) de Santiago Sul, liderada por Nelson Centeio, acabam de formalizar o seu pedido de demissão do cargo à Comissão Regional de Jurisdição e Fiscalização (CRJF). E quando assim acontece cai o órgão no seu todo, nos termos do artigo 18 do regimento do PAICV.
Pediram renúncia do mandato os seguintes membros da CPR: Cláudio Mendonça, Manuel Lopes Brito, José Lino Furtado, Florenço Varela, Djanira Moreira, Fátima Fialho, Carlos Tavares, Paulino Delgado, Lediane Barbosa, Ana Cristina Gommel, Eloisa Tomar, Paulo Veríssimo e Jorge Garcia.
Nelson Centeio não aguentou a parada e deu com as mulas na água. Recorrentemente acusado de instalar anarquia na liderança do PAICV naquela que é a maior região política do país – Santiago Sul -, desde que assumiu as funções em Fevereiro passado, Centeio é hoje um homem isolado dentro do partido.
Até os mais chegados como, por exemplo, Fernando Moeda, que o apoiou desde a primeira hora, já deu-lhe as costas. Aliás, consta que Moeda chegou a formalizar uma queixa contra Centeio junto da CRJF por alegados comportamentos anárquicos e desrespeitosos aos regimentos e hierarquia do partido.
Com feito, dentre as várias razões que levaram os seus antigos aliados a desistir de o apoiar consta o facto de Centeio não respeitar o estatuto do partido. Por exemplo, uma fonte do PAICV informou ao Santiago Magazine, que ele não participou as eleições dos comités de sector das zonas norte e sul da cidade da Praia, por alegadamente não ter sido convidado. Algo que, segundo as nossas fontes, não correspondem à verdade.
Uma outra acusação vem na sequência desta, e tem a ver com as eleições dos grupos de base. Segundo o regimento do PAICV, são os comités de sector que organizam as eleições do grupo de base. Entretanto, Nelson Centeio tentou organizar essas eleições á revelia dos estatutos e das directrizes superiores, provocando mal-estar no seio dos militantes e dos demais intervenientes no processo, nomeadamente os primeiros secretários de sector.
Este diário digital sabe também, segundo fontes próximas do partido tambarina, que a falta de diálogo acabou também por marcar o fosso entre o líder e os seus conselheiros, ditando assim a renúncia de mais de 70% dos membros da CPR.
Mas antes, a crer nas fontes desde diário digital, Fernando Moeda, antigo líder da região havia já apresentado uma queixa contra Centeio junto da CRJF. Esta queixa, associada a várias outras atitudes consideradas anárquicas no seio do partido, provocou uma reunião da CPR, realizada no dia 15 de Junho, reunião esta presidida pela presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, e com a presença do secretário-geral, Julião Varela.
Neste encontro, que pretendia servir para chamar Centeio à razão – os presentes aproveitaram para alertá-lo de que com a demissão de apenas 6 membros da CPR, ele, Nelson Centeio, cairia, e com ele, todo o órgão.
Porém, tal chamada de atenção certamente não terá surtido qualquer efeito, pois caso contrário os 13 elementos que este fim-de-semana pediram demissão de funções, não o fariam com certeza.
Recorde-se que Nelson Centeio foi eleito como presidente da CPR de Santiago Sul do PAICV em Fevereiro deste ano - num pleito com o seu colega de partido Francisco Carvalho - substituindo Fernando Moeda, que vinha exercendo o cargo desde 2011.
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