Das palavras e dos actos nascem as obras. Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde, preside durante o dia de hoje, segunda-feira, um fórum sobre “qualidade dos serviços públicos e ambiente de negócios”, na Escola de Hotelaria e Turismo, aqui na capital do país.
A nota de imprensa chegada à redacção de Santiago Magazine diz que vai ser uma conversa entre o chefe do Governo, o seu ministro da Administração Pública, Olavo Correia, e os dirigentes superiores da administração pública e os presidentes das Câmaras Municipais.
Os representantes das organizações sindicais e das Câmaras do Comércio também estarão presentes nesta tertúlia, que irá debruçar-se sobre um assunto que é considerado estratégico no processo desenvolvimento de Cabo Verde - a qualidade de serviço público e o ambiente de negócios.
Tanto assim é, que a nota de imprensa em referência regista que “este fórum enquadra-se no princípio de que o Governo de Cabo Verde defende um Estado parceiro, visionário, supletivo e promotor de iniciativas privada das organizações da sociedade civil”, para concluir que o país “precisa de uma administração pública de qualidade e centrada no cidadão”.
Desde há muito que se identificou a boa governação – desde logo e em consequência a boa qualidade do serviço público e o ambiente de negócios - como um dos recursos estratégicos e intangíveis do processo de desenvolvimento do arquipélago. E esta conversa vem se arrastando por largos anos, mudando aqui e ali de indumentária, ou alternando uma ou outra terminologia, consoante o objectivo que se pretende num determinado momento.
Já se falou muito, porém sem grandes obras, porque as acções ficam sempre aquém das espectativas ou das necessidades estruturais da nação. O país real reclama, com efeito, por acções. Mais acções e menos palavras!
O encontro de hoje reúne os principais actores da gestão do Estado e conta com a parceria da Direcção Nacional da Administração Pública e da Casa do Cidadão. A administração pública, central e local, é o motor que faz andar a máquina do Estado e este fórum pode e deve produzir o combustível necessário para o efeito.
A parceria faz-se com diálogo, com partilha e sobretudo com comprometimento. Há que se decidir sobre as responsabilidades de uma e outra parte. As fronteiras e as linhas de passagem devem ser identificadas e definidas previamente.
O cidadão, que é quem consome, mas que é também quem paga a factura final, espera e exige uma administração pública menos calaceira, mais dialogante e promotora do bem-estar social.
De igual modo, os trabalhadores e as empresas, que ao cabo e ao resto, dão o corpo ao manifesto nesta geringonça toda, num país onde o discurso e a prática muitas vezes andam de costas voltadas. Ou na melhor das hipóteses, lutam em trincheiras opostas, sem dignidade nem glória.
Os pontos essenciais desta conversa entre as entidades que mandam nisto não foram ainda partilhados com a Mídia – a nota de imprensa é omissa neste aspecto essencial do evento – porém, espera-se que este fórum seja o ponto de descolagem para uma melhor qualidade de serviço público.
Vamos a ver. Santiago Magazine vai trazer seguramente novas sobre este tema que é caro a todos os cabo-verdianos.
Comentários