Governo promete minimizar aumento de mais de 30% no preço da eletricidade
Política

Governo promete minimizar aumento de mais de 30% no preço da eletricidade

O Governo anunciou esta quinta-feira, 9, que vai adotar medidas para minimizar o impacto do forte aumento, superior a 30%, nas tarifas de eletricidade a partir de outubro, sobretudo para as famílias mais necessitadas.

“Mas em cabo Verde, mesmo com este aumento, anunciado e decidido pela ARME [Agência Reguladora Multisetorial da Economia], ninguém vai pagar mais do que pagava no início da pandemia. Isto graças às políticas adotadas por este Governo, de proteção à economia, às famílias e às pessoas”, afirmou o ministro da Economia, Alexandre Monteiro (foto), em conferência de imprensa realizada na Praia.

A Lusa noticiou na segunda-feira que o preço da eletricidade em Cabo Verde vai subir até 37% a partir de 01 de outubro, conforme nova tabela de tarifas fixada pela autoridade reguladora, justificando esse ajuste com o aumento do preço dos combustíveis no último ano.

“As novas tarifas fixadas estão próximas dos valores de 2019, em vigor no período que antecedeu a crise pandémica”, lê-se numa informação ARME.

No mesmo sentido, o ministro explicou que desde o início da pandemia de covid-19 foram feitas duas reduções no preço da eletricidade, com o país a chegar “à tarifa mais baixa de sempre”, atualmente.

“Com a retoma das atividades no mundo, houve um ajustamento de preço e regressamos à anterior”, apontou, dando como exemplo a tarifa de baixa de tensão, que em março de 2019 estava fixada em 24 escudos (21 cêntimos de euro) por cada kWh (quilowatt-hora) e que desceu até aos 18 escudos (16 cêntimos) atuais.

“Na tarifa fixada [pela ARME, para outubro] esse aumento passou de 18 para 24 escudos. Mas antes estava a 24 escudos (…) A situação que se coloca é a variação. A descida foi em duas etapas e o aumento numa etapa”, sublinhou.

“Por causa dessa variação, o Governo vai tomar medidas para proteger e amortecer esse choque. E essas medidas vão ser anunciadas antes da entrada em vigor dessas novas tarifas”, acrescentou.

Sem entrar em pormenores, Alexandre Monteiro disse apenas que serão medidas “com impacto na redução do preço da eletricidade” e “sobretudo para o segmento da população que mais necessita”.

Os ajustes nas tarifas de venda de energia elétrica aos consumidores finais, das empresas Electra e AEB (ilha da Boa Vista), “devem vigorar a partir de 01 de outubro de 2021, em decorrência da evolução dos preços dos combustíveis durante o período de 01 de outubro de 2020 a 30 de setembro de 2021”, bem como face aos “devidos ajustes decorrentes dos exercícios de indexação anteriores”, justificou anteriormente a ARME.

As tarifas de eletricidade da Electra vão sofrer um ajuste de 6,43 escudos (quase seis cêntimos) por cada kWh faturado e em todos os escalões, “correspondendo um aumento da tarifa média ponderado pelas quantidades faturadas de 2020 de 30,53%”.

Traduz-se na prática em aumentos que vão de 25,51% no segundo escalão da baixa tensão normal, até 37,73% para o escalão único de média tensão, enquanto a tarifa para a iluminação pública aumenta 35,04%.

Já as tarifas sociais da baixa tensão fornecida pela Electra vão aumentar de 25,51 a 35,04% a partir de 01 de outubro.

As tarifas da AEB (Águas e Energia da Boa Vista), segundo o cálculo da ARME, sofrem um ajuste de 5,80 escudos (cinco cêntimos) para cada kWh faturado, em todos os escalões, “correspondendo um aumento da tarifa média ponderado pelas quantidades faturadas de 2020 de 24,55%”.

“Estes aumentos refletem não só o agravamento dos custos suportados pelas empresas de eletricidade com os combustíveis, como também os parâmetros de base acordados para os anos 2020 e 2021”, concluiu a ARME na informação anterior.

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