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Venezuela a ferro e fogo
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Venezuela a ferro e fogo

Os venezuelanos escolhem este domingo, 30, os 545 membros que deverão integrar a nova Assembleia de Constituintes, que deverá trabalhar na reformulação da actual Constituição da República. A votação decorre em clima de protestos e violência em Caracas.

O objectivo é eleger uma Assembleia de Constituintes com poder de reformular a Lei Magna em vigor desde 1999, durante o periodo chavista. Nicolas Maduro, o actual presidente, justifica a decisão alegando ser a única forma de devolver a paz e estabilidade ao país, mergulhado numa crise económica e política há cerca de 4 meses, com um saldo de mais de 100 mortos.

Para a oposição, a eleição é uma tentativa de Nicolas Maduro reforçar o seu poder. Mesmo entre os chavistas há quem não concorde com a votação, defendendo a continuidade da constituição em vigor, aprovada pelo então presidente Hugo Chavez, em 1999.

Algumas figuras do país defendem que o presidente não poderia convocar uma votação do tipo sem ter antes promovido uma consulta popular em referendo, respeitando o mesmo procedimento seguido por Chavez em 99.

Violência e incertezas

A votação acontece em clima tenso, com apoiantes da oposição a tentar boicotar o escrutínio. Um candidato foi morto a tiro ontem, e há relatos da morte de três manifestantes algumas horas antes da abertura das urnas. Explusões, estradas ocupadas e polícias feridos engrossam a lista dos incidentes.

A comunidade internacional observa com expectativa as próximas horas, sobretudo depois de a Venezuela não ter respondido aos apelos dos Estados Unidos, União Europeia, França e Espanha da para cancelar a votação.

Os opositores de Maduro afirmam que mais de 7 milhões de venezuelanos são contra uma nova Assembleia de Constituintes. Números que terão sido revelados pelo referendo (não reconhecido oficialmente) de 16 de julho passado.

Teme-se uma escalada da violência depois dos resultados, o que já motivou cancelamento de voos de companhias internacionais como a Air France. Por seu lado, durante o fim de semana, muitos venezuelanos armazenaram bens de primeira necessidade, temendo um início de semana bastante conturbado.

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SOBRE O AUTOR

Karina Moreira