Lura. Cabo-verdianas “não podem continuar a ter filhos aos 14 anos”
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Lura. Cabo-verdianas “não podem continuar a ter filhos aos 14 anos”

A cantora cabo-verdiana, que actuou este sábado, 29, em Portugal, defendeu que o país não deve permitir que meninas com 14 anos engravidem, "porque, obviamente, não são filhos planeados”.
Em conversa com os jornalistas depois do concerto de estreia no Festival Músicas do Mundo (FMM), que terminou esta madrugada, em Sines (Portugal), Lura comentou a maternidade recente, refletindo que as mulheres cabo-verdianas devem “pensar mais e gerir melhor a sua vida”.

Lura já o tinha referido durante a actuação, no Castelo de Sines, quando confessou que, depois de ter uma filha, não lhe passaria pela cabeça voltar a repetir a experiência.

“Valorizo muito mais a mulher [agora]”, reconhece. “A força da mulher é muito presente, sobretudo em Cabo Verde, que é um país muito matriarcal, em que a mulher assume a maior parte das tarefas familiares”, realça.

Nina, de sete meses, tem acompanhado a mãe para onde ela vai. Afastada uns tempos, por causa da maternidade, Lura adiou a promoção do último trabalho, “Herança”, mas já está a preparar o próximo, procurando “um disco mais fresco”, que “ainda está em criação”.

Nascida em Lisboa, Lura só visitou Cabo Verde quando tinha 21 anos, mas vive há três anos no país africano, o que “faz toda a diferença”. Deixou de cantar apenas “um país romântico” e envolto na morabeza (sentimento tipicamente cabo-verdiano, difícil de traduzir, como a saudade).

Hoje, fala “com mais conhecimento de causa”, cantando um “país normal, com coisas muito boas e menos boas”, distingue, dando o exemplo da canção “Maria Di Lida”, que resulta da “noção mais clara do que é ser mulher, dessa força e responsabilidade da mulher na sociedade”.

Com Lusa e Inforpress

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