A quebra do cabo do icónico elevador que liga a Praça dos Restauradores ao Bairro Alto, provocou, até ao momento, 17 vítimas mortais e 21 feridos, entre eles um cabo-verdiano. O acidente levanta fundadas suspeitas de negligência na manutenção.
O acidente ocorreu ao final da tarde desta quarta-feira, 03, com o centenário elevador de Lisboa lotado. A Proteção Civil não avançou ainda a identidade das vítimas mortais, mas já adiantou a nacionalidade dos feridos: quatro portugueses, dois alemães, dois espanhóis, um coreano, um cabo-verdiano, um suíço, um canadiano e um marroquino, faltando ainda apurar a nacionalidade de quatro das pessoas feridas. A Câmara Municipal de Lisboa decretou três dias de luto municipal e o Governo português decretou para esta quinta-feira luto nacional.
Em comunicado, a Polícia Judiciária esclarece que a investigação decorre em articulação com o Ministério Público, o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, a Polícia de Segurança Pública e a Proteção Civil.
Por sua vez, o Ministério Público abriu um inquérito para apurar as circunstâncias deste descarrilamento.
Trabalhadores da Carris fizeram reiteradas queixas sobre a manutenção
Entretanto, sabe-se que trabalhadores da Carris e os sindicatos do setor fizeram sucessivas queixas sobre a manutenção do Elevador da Glória, mas também de todos os outros elevadores geridos pela empresa, mas foram confrontados com o silencio das autoridades.
As acusações à empresa começaram a surgir quando a Carris decidiu terceirizar a manutenção, entregando-a a privados.
“Durante muitos anos, décadas seguidas, o profissionalismo, o brio e orgulho dos trabalhadores da Carris, foram determinantes, pela conservação e manutenção dos elevadores, elétricos e autocarros, para que tudo decorresse com normalidade”, refere uma fonte em Lisboa, acrescentando que “a entrega a privados, sempre em busca do máximo lucro, das tarefas que antes eram desempenhadas por gente honrada, trabalhadora, defensora do interesse público e da integridade física e da vida dos utentes” estará na origem do acidente.
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A equipa do Santiago Magazine