"Só por ignorância e má-fé, admite-se, que Silvino da Luz tenha feito poupanças que não sejam fruto de árduo e diferenciado trabalho, num campo altamente especializado de negócios internacionais. Igualmente, só por má-fé, este fingir-se desconhecer que o mesmo assumiu representações de elevada confiança profissional, com resultados públicos, saiba-se, corolário do seu papel, sempre de forma transparente, com contas prestadas, impostos pagos e rendimentos declarados, constantes das atas e dos relatórios, no estrito cumprimento das leis dos países onde trabalhou, a começar por Cabo Verde."
Recentemente, Silvino da Luz, destacado Combatente da Liberdade da Pátria, dos militantes emblemáticos do PAIGC e, mais tarde, do PAICV, servidor do Estado de Cabo Verde, como Ministro da Defesa e da Segurança Nacional, como Ministro dos Negócios Estrangeiros, como Deputado Nacional e como Embaixador, foi mais uma vez vítima de calúnia e afronta, bem como de sórdida tentativa de linchamento moral, por parte de uma gente bem localizada e com claro objetivo de fragilizar a Oposição Democrática e, ao mesmo tempo, desacreditar o cidadão que, desde a sua juventude e à data, deu tudo de si em prol de Cabo Verde.
Esta última tentativa de ataque à honra e ao bom nome de Silvino da Luz, deita mão a uma questão corriqueira e pública, a de sua participação acionista no Banco Angolano de Investimentos – Cabo Verde desde o ano 2022 mais precisamente, a caminho de duas décadas depois de ter deixado o cargo de Embaixador e outros no Estado, facto escrutinado tanto por este banco, como pelo Banco Central – o Banco de Cabo Verde -, com insinuações indecorosas e, claramente, montadas para despoletar um facto político, com a cumplicidade de destacados dirigentes do MPD, como o senhor Daniel Lobo, em parte incerta nos Estados Unidos e do senhor Luís Carlos Silva, deputado e secretário-geral do MpD, este a confundir imunidade com impunidade, assim como o respaldo concertado de uma rede social e de uma comunicação social, também bem localizadas e a soldo de “forças tenebrosas”, que sabemos operam também em Cabo Verde. Factos esses que, se estivessem imbuídos de intenções nobres, a Lei indicar-lhes-iam claramente o caminho para uma eventual elucidação, designadamente àqueles que se intitulam ou são de facto, os legítimos porta vozes dos eleitores na casa parlamentar, estatuto que deviam honrar e dignificar.
Esta última tentativa, na sua ardilosa montagem, procurou levantar suspeições em relação aos bens e haveres de Silvino da Luz e, insidiosamente, articulá-los ao enriquecimento ilícito e outras artimanhas de utilização de capitais, sem o cuidado de aprofundar sobre o histórico da vida pública deste cidadão, nem da origem e natureza desses fundos que, depois de 15 anos de vida pública, deixara o poder, em 1991, sem casa própria, sem poupanças e sob perseguição pérfida dos novos detentores da governação do País.
Soubemos, de círculo bastante restrito de Silvino da Luz, sobre a sua decisão / juramento, na altura, face às humilhações sofridas designadamente, entre outros, por ele e familiares próximos (mulher e filhos), que o marcaram, de trabalhar fora do Estado e de Cabo Verde para que, doravante, tanto ele como o seu núcleo familiar, não mais sofressem ultimatos de sete dias para abandonar a casa de função ou de viver exclusivamente com uma muito modesta reforma, a que fora atribuída aos Oficiais Comandantes das Forças Armadas, algo que só viria a ser reparada, parcialmente, no ano de 2015 (25 anos depois), algumas das situações maquiavelicamente engendradas pela maioria exacerbada e raivosa de 1991, com o intuito de condicionar a Oposição Democrática e de levar a cabo a tenebrosa missão, ironicamente conhecida por “ternura para com a oposição”, e apagar da História os nomes das mais destacadas figuras da Luta de Libertação Nacional, a começar pelo próprio Amílcar Cabral.
Nessa linha de coerência e, a partir de então, com base na referenciada imagem pública criada além fronteiras e no seu currículo de imaculada idoneidade moral e política, de entre outras funções, exerceu cargos de Administrador não Executivo da Portugal-Telecom na Guiné-Telecom, membro do Conselho de Gerência da Editora Difel, Consultor da SONANGOL Cabo-Verde, Presidente da Assembleia Geral do Banco BAI-CV e, até recentemente, legal e comprovadamente, contratado por grandes empresas internacionais.
Portanto, só por ignorância e má-fé, admite-se, que Silvino da Luz tenha feito poupanças que não sejam fruto de árduo e diferenciado trabalho, num campo altamente especializado de negócios internacionais. Igualmente, só por má-fé, este fingir-se desconhecer que o mesmo assumiu representações de elevada confiança profissional, com resultados públicos, saiba-se, corolário do seu papel, sempre de forma transparente, com contas prestadas, impostos pagos e rendimentos declarados, constantes das atas e dos relatórios, no estrito cumprimento das leis dos países onde trabalhou, a começar por Cabo Verde.
Entretanto, os novos detratores de Silvino da Luz, ao fazerem tempestade num copo de água, pretendem, pelo não dito, senão de forma subentendida, vingar do histórico político deste homem que, desde a chegada de Abílio Duarte a Cabo Verde, no ano de 1958, fazia parte do núcleo do PAIGC, mas já antes, perfeitamente antifascista e pertencente ao Grupo do Terceiro Ciclo do Liceu Gil Eanes, participara como jovem apoiante da candidatura de General Humberto Delgado, em 1958, e que, recrutado para o serviço militar obrigatório, tanto em Portugal como em Angola, se destaca contrário à guerra colonial e aos abusos cometidos pelo Exército Português nessa então colónia. Silvino da Luz ficou conhecido pela sua pública insubordinação às incursões criminosas da tropa aos musseques de Luanda, pelas denúncias feitas das atrocidades cometidas no Norte de Angola pelos militares e pela sua deserção aparatosa em Kano, na Nigéria, em 1963, algo que repercutiu junto ao PAIGC, com brado mediático em vários países africanos recém-independentes.
Evidentemente que, pela trajetória de vida e de patriota, desde os mais longínquos anos da sua vida estudantil no antigo Liceu Gil Eanes, aos anos entregues à libertação da sua terra, criou amigos e admiradores mas, igualmente, granjeou inimigos entre aqueles que se opunham à independência do país, e outros entre os servidores da PIDE e, mais tarde, quando regressado da luta na Guiné, tendo assumido temporariamente a direcção do PAIGC nas ilhas, conjuntamente com destacados companheiros, e como figura emblemática conjuntamente com Pedro Pires, logo a seguir, na fase pós 25 de Abril de 1974 e a empolgante luta política pela descolonização, culminando com a assinatura do Acordo de Independência para, depois, na fase extremamente delicada de lançamento das primeiras pedras para a edificação do Cabo Verde dos nossos dias, em funções ministeriais da Defesa e Segurança Nacional e dos Negócios Estrangeiros e, durante vinte anos, como deputado na Casa Parlamentar, numa época em que os parlamentares só contavam, como única e exclusiva contrapartida, a consciência do dever cumprido com a nação.
Estando muitos destes dados públicos, saberão estes detratores políticos de fonte limpa que Silvino da Luz nunca recebeu dinheiros escondidos, comissões indevidas e prebendas indecorosas na venda de influências no quadro das privatizações em Cabo Verde ou por Cabo Verde ou mesmo andou em negócios obscuros de negócios ilícitos, de tráficos e de lavagens de capitais que algumas pessoas, politicamente expostas, têm feito, com os olhos fechados e ouvidos moucos de certas autoridades. Tentam esconder gente amiga, gente comprometida da mesma confraria, muito bem identificada, assim como gente que agencia interesses de potências estrangeiras, algo que se pode inferir pelos dados dos serviços de inteligência internacionais e pelos Serviços da Informação da República.
Homem íntegro, insubmisso aos abusos e aos jogos de “traição à Pátria”, Silvino da Luz, hoje reformado, depois de uma vida entregue à causa cabo-verdiana, é agora incomodado com esta nova perfídia política, por motivos ilegítimos, que é de não ter laços comestíveis e outros com o Estado que serviu durante a vida.
Quem o conhece, em toda a sua trajetória, sabe também do homem probo e imprescindível, que tem sido Silvino da Luz. Sabe ainda por que, em certos sectores, o seu nome gera certos anticorpos.
Reiteramos a nossa firme confiança no cidadão Silvino da Luz, confiança que não temos nas pessoas que o tentaram insultar e “linchar moralmente”, na medida em que estes sacrificam quotidianamente os verdadeiros interesses de Cabo Verde, no altar dos seus interesses pessoais e de grupo. Estamos, com causa e consequência solidário, com este ainda e sempre Combatente da Liberdade da Pátria, quem, na Reunião de Quadros do PAIGC em Dakar, no ano de 1963, foi designado Responsável Militar na perspectiva de criação de condições para levar a Luta Armada de Libertação a Cabo Verde e, em 1974, dois meses antes do 25 de Abril, estava em encontro secreto com o Governo Português, em Londres, para o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, encontro que não prosseguiu perante a sua insistência em relação à independência de Cabo Verde e o golpe de estado em Portugal um mês depois.
Diante de tudo isso, a conclusão que se chega é que esses senhores nada mais são que meros peões nas mãos de uma engrenagem tenebrosa e ao serviço dos seus interesses partidários, sendo os ataques pessoais apenas o desvio de atenção pelo não menos angustiante estado das coisas e claramente vergonhosas coisas do estado.
Ou preferiam vê-lo a não investir no seu próprio país, os meios conseguidos em trabalho sério e honesto além-fronteiras e para o qual Cabo Verde nem de perto nem de longe esteve associado? Não se tem encorajado os cidadãos cabo-verdianos a investir na sua terra, os meios honestamente conseguidos lá fora? Ou há uma categoria de cidadãos a quem esse apelo é interdito, designadamente quando, de forma comprovada, essa poupança não tem nada que cheire aos cofres da República ou aos ilícitos que se lhes pretende imputar?
Esse modus operandi, baseado em calúnia e difamações, vem na linha de outras experiências vividas ao longo da vida de Silvino da Luz e dos seus companheiros de jornada política. Já nas eleições durante os anos Noventa, essa gente lançara panfletos sistemáticos, visando destruir e enlamear o carácter dos principais dirigentes do PAICV, alguns com contas bancárias falsas e em inventados bancos estrangeiros, estando hoje provada a intenção criminosa, vil e cobarde de tais atos, precedentes que deixaram marcas profundas na forma de fazer política em Cabo Verde, situação hoje denunciada por destacadas figuras do MpD da época.
Não iremos esmiuçar o processo desta grosseira e vil acção já que, não será curial dirimir aspectos que já são matéria judicial. Nós, que o conhecemos e temos vindo a acompanhar a sua trajetória, como a de várias personagens da História Contemporânea de Cabo Verde, sabemos quem é quem, inclusive sabemos quem são os que tentam manchar o nome de Silvino da Luz. Sabemos o porquê de ser ele um “alvo a abater”, como se fosse possível abater a História. E, para que a força da Razão não se dilua perante a razão da força, o que seria ignóbil em contexto democrático que vivemos, este nosso singelo testemunho.
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