Governo recupera posse de hotel-casino inacabado no ilheu de Santa Maria
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Governo recupera posse de hotel-casino inacabado no ilheu de Santa Maria

O Governo publicou em Boletim Oficial a reversão do hotel-casino e demais obras inacabadas da Macau Legend Development (MLD), no ilhéu de Santa Maria e orla marítima da Gamboa, na cidade da Praia.

“A presente portaria aprova a reversão e transmissão para o Estado de Cabo Verde de todos os bens cedidos ou construídos”, no âmbito do projeto anunciado há 10 anos, com um valor de 250 milhões de euros, lê-se na publicação oficial, assinada pelo vice-primeiro-ministro com a tutela das Finanças e Fomento Empresarial, Olavo Correia.

Em 2015, o empresário macaense David Chow assinava com o Governo cabo-verdiano um acordo para a construção do empreendimento e a primeira pedra foi lançada em fevereiro de 2016.

Desde então e após revisões, foi celebrada uma última adenda ao projeto, há cinco anos e meio, altura em que se previa a conclusão da primeira fase em 2021.

Na portaria de hoje, o Estado cabo-verdiano justifica-se com falta de resposta dos investidores a sucessivos pedidos de informação, razão para pôr fim, igualmente, à concessão do ilhéu e de uma zona de jogo.

Nos últimos anos, há apenas guardas nos portões do recinto, numa área de cerca de 160 mil metros quadrados, que inclui o ilhéu de Santa Maria, parcialmente esventrado e, uma ponte asfaltada de alguns metros que o liga à cidade.

Ao lado do edifício, uma grua permanece erguida no meio do terreno com sinais de terraplanagens inacabadas, vedado por taipais que se erguem sobre o passeio pedonal da marginal de onde antes se vislumbrava a praia da Gamboa.

A reversão foi anunciada há cerca de um ano.

Numa entrevista à televisão de Hong Kong TVB, o presidente e diretor executivo da MLD, Li Chu Kwan, disse que o grupo pretendia encerrar os projetos em Cabo Verde e Camboja até 2025.

Na altura, questionado pela Lusa, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, anunciou que o Governo ia recuperar a posse do espaço e obras inacabadas.

"Primeiro temos de reverter a concessão. Havia, já há algum tempo, indicação de problemas do lado do investidor”, disse, remetendo para mais tarde uma decisão sobre “o destino a dar a esse investimento, que não pode ficar assim, como está", concluiu.

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