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Um governo muito pequenino e preconceituoso
Editorial

Um governo muito pequenino e preconceituoso

A figura de Amílcar não conhece fronteiras, está para lá de um país ou de uma nacionalidade e – convenhamos! – é muito maior que estas figurinhas menores que fazem dos preconceitos ideológicos e dos acintes políticos a sua base central de pensamento e de conduta.Para a história dos povos, Cabral é uma das maiores personalidades do século XX, uma referência central das lutas de libertação e uma figura atemporal, por muito que isso custe a estes politiqueiros da tapadinha, que o mundo nem conhece e não ficarão para a História.

O governo de Ulisses Correia e Silva tentou menosprezar a cerimonia oficial alusiva ao centenário de Amílcar Cabral, o líder histórico da libertação nacional e figura maior do Estado de Cabo Verde, emitindo orientações no sentido de os órgãos do Poder do Estado não comparecerem no evento organizado pela Presidência da República. É um ato de desespero de um governo que perdeu as coordenadas do bom senso e do cuidado social e coletivo a que se encontra vinculado por imperativo constitucional.

Os referenciais de uma Nação, de uma República, não precisam do beneplácito de governos ou maiorias conjunturais e falaciosas para se afirmarem, pois eles existem por si mesmo e permanecem para além dos tempos, das vontades contingenciais e das canalhices de quem, num determinado momento da história, esteja no poder.

Uma canalhice governamental (não encontramos palavra mais apropriada) marcou as comemorações do centenário do nascimento de Amílcar Cabral, que decorreram na cidade da Praia na manhã desta quinta-feira, 12, no memorial que lhe é dedicado.

Os órgãos de soberania e outras instituições do Estado primaram pela ausência, o que deixou estupefacto o corpo diplomático acreditado na Praia, que marcou presença no ato oficial.

Responsável pelos convites, a Direção Geral do Protocolo do Estado recebeu ordens expressas do ministro dos Negócios Estrangeiros para que não os enviasse, um caso único (ao que a memória nos recorda) e lamentável na história do Cabo Verde independente.

Consta que o argumento do governo, na pessoa de Rui Figueiredo Soares, para justificar essa ordem expressa balizou-se na não aceitação, pela Assembleia Nacional (em outubro de 2023), da proposta de resolução para as comemorações oficiais do 100º aniversário do nascimento de Amílcar Cabral.

Desprezo pela Presidência da República e por Amílcar Cabral

O governo liderado por Ulisses Correia manifestou desprezo pela Presidência da República - o primeiro órgão de soberania do Estado de Cabo Verde - e pela figura de Amílcar Cabral, movido apenas por inadmissíveis preconceitos ideológicos e por ressentimentos políticos.

Ao fazê-lo, Ulisses Correia e Silva e o governo que lidera também se apoucaram aos olhos da sociedade e do corpo diplomático acreditado em Cabo Verde (o que é muito grave).

Amílcar Cabral é um Herói Nacional, conforme atesta diploma legal do Estado cabo-verdiano, é, ademais, uma das mais reconhecidas figuras da história mundial do século XX. E manifesta-se evidente que a intenção do governo de turno – e com prazo de validade a chegar ao fim – é reduzir Cabral a um gueto político e ideológico

Meio século após a sua morte física, Amílcar Cabral continua a incomodar!

Cabral está além das fronteiras

A figura de Amílcar não conhece fronteiras, está para lá de um país ou de uma nacionalidade e – convenhamos! – é muito maior que estas figurinhas menores que fazem dos preconceitos ideológicos e dos acintes políticos a sua base central de pensamento e de conduta.

Para a história dos povos, Cabral é uma das maiores personalidades do século XX, uma referência central das lutas de libertação e uma figura atemporal, por muito que isso custe a estes politiqueiros da tapadinha, que o mundo nem conhece e não ficarão para a História.

E Ulisses Correia e Silva e a sua turma ficam para esta canalhice como figurinhas menores, preconceituosas e ressentidas!

 

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Comentários

  • Casimiro Centeio, 13 de Set de 2024

    Eu já não tinha dito que o Mpd ( liderado por Ulisses) odeia, figadalmente, Amilcar Cabral, a Luta da Libertação Nacional e é anti-independencia Nacional? Pois, eis que está tudo confirmado. Por mais que o actual presidente do Mpd queira explicar á Nação das razões contrárias que lhe motivaram o tal desprezo pela figura de Amílcar Cabral, não chegam para convencer os dois gatos-pingados cabo-verdianos de que o finado que vai no caixão esteja vivo