Colunista

Nunca foi mal preparado para uma reunião, uma aula ou um exame oral? Nunca esteve do lado errado de uma discussão, mas recusou-se a dar a mão à palmatória? Alguma vez teve uma criança a fazer-lhe uma pergunta para a qual não sabia a resposta, mas não queria mostrar sua ignorância? Nunca assistiu a uma sessão na Assembleia Nacional?

Então?!

Como podemos aprender com as habilidades e/ou técnicas de políticos vendedores de banha da cobra?

Aqui estão 5 principais passos sobre como convencer os outros quando você realmente não sabe do que está a falar, também conhecido como a Arte de falar à toa.

1) Siga o exemplo de muitos Deputados;

Fale com autoridade e confiança! Quando o que tem a dizer é inexpressivo ou simplesmente errado, diga-o com entusiasmo e acuse SEMPRE o partido da oposição!... há uma boa chance que as pessoas acreditem nisso ou fiquem na dúvida.

Sem meias medidas; sem desculpas. Comprometa-se totalmente. Dê 110% de si.

2) Use a verdade;

Ironicamente, a verdade é uma máscara muito poderosa se quiser esconder uma grande mentira dentro dela.

O que os grandes mestres na Arte de falar à toa têm em comum, é a capacidade inata de esconder a falsa premissa do que estão dizendo dentro de uma construção lógica e verdadeira, tornando quase impossível identificar quaisquer falhas nos seus argumentos. Se o que disser for 95% verdade, os restantes 5% passarão despercebidos. (Sim, na Assembleia Nacional encontra muitos exemplos). 

3) Cite algumas estatísticas;

Sabia que 69,7% dos Caboverdianos na Diáspora auferem mais de 2 mil euros mensais e têm como objectivo de vida regressar a Cabo Verde?

Parece um facto mas não é…foi totalmente inventado por mim, enquanto escrevo este texto. No entanto, chegou a questionar-se mentalmente se era verdade ou não.

Há poder nas estatísticas. Elas despertam o nosso respeito e apreço pela ciência e pela matemática. Use-as sempre que puder para dar um ar de perícia. Um bom truque é usar números específicos como 89% – soa mais autêntico, em vez de números redondos como 90%. (Continua a pensar na Assembleia Nacional? Sim, 87,7% dos casos).

4) Dizer o que o Povo quer ouvir;

Se me disser algo que discordo ou que não gosto, vou discutir o dia inteiro. Diga-me algo que eu goste e direi que você é um génio.

A bajulação é um grande truque. Qual a maior bajulação do que fazer alguém se sentir inteligente? Até chovem “likes”, mensagens de apoio e aplausos (dos outros, não dos “FORTE APLAUSO”).

5) Use as emoções;

A neurociência mostra que são as nossas emoções e não o nosso raciocínio que governam a nossa tomada de decisão. Basicamente, encontramos razões para justificar as decisões que queremos tomar, em vez de tomar decisões que são justificadas por razões sólidas.

Ignore toda a lógica e apele diretamente para suas emoções.

Então aí está: como convencer as outras pessoas quando você não tem ideia do que está a falar? Na dúvida, siga os passos do quadro em anexo.