O Grupo Icelandair anunciou na madrugada desta quinta-feira, 8, que chegou a acordo para a venda de três aeronaves Boeing 757-200. As negociações deverão ficar concluídas nas próximas semanas, e dá seguimento ao plano do grupo que lidera a Cabo Verde Airlines para eliminar gradualmente todos os Boeings 757 da sua frota, os mesmos que fretou à companhia aérea cabo-verdiana e que mantém retidos nos EUA.
Um comunicado da Icelandair distribuído em Reiquejavique, cidade sede da holding do grupo que detém 51 por cento da Cabo Verde Airlines, confirmou esta quinta-feira, 8, a venda de três Boeings 757-200 que serão convertidos e configurados para o transporte exclusivo de carga.
O preço líquido de venda dessas três aeronaves, duas com 26 anos e outra com 20 anos de serviço (cujas características são idênticas às que a Icelandair fretou à CVA e que os mantém retidos nos EUA), "representará um encaixe de 21 milhões de dólares, entre dois a três milhões acima do actual valor contabilístico dos aviões", destaca o comunicado enviado pelo Grupo Icelandair à Bolsa de Valores da capital islandesa, conforme citado pelo newsavia.com, lembrando que "a transação está de acordo com o plano da empresa para eliminar gradualmente as aeronaves Boeing 757 de sua frota".
“A venda das três aeronaves Boeing 757 é um passo positivo para a companhia neste momento em que as operações de voo estão num patamar mínimo. Além disso, esta transação mostra que os aparelhos B757 ainda tem um valor considerável após um longo serviço para a companhia e continuarão a operar por muitos anos”, diz Bogi Nils Bogason, presidente executivo do Grupo Icelandair. Devido à pandemia de covid-19, e apesar da venda destas três aeronaves, a empresa tem aviões em excesso armazenadas, “que estarão prontas para operar quando as restrições de viagem forem suspensas e a demanda por viagens aéreas aumentar novamente”, acrescenta o responsável pela gestão do grupo aéreo islandês.
E da CVA e dos Boeings "presos" pela Icelandair nos EUA (antes sob a desculpa de estacionamento para manutenção e depois abertamente como chantagem para obrigar o governo a injectar mais capital) nada se sabe sobre o seu desfecho, ou se estão a decorrer negociações para a resolução do problema. Ainda nesta segunda-feira, 5, o PAICV havia questionado o Governo sobre a real situação da Cabo Verde Airlines, exigindo que o Executivo quebre o silêncio e explique ao país o que está a acontecer com a operadora nacional, considerando a ligação entre as ilhas e das ilhas com o mundo “matéria política de primeira prioridade”.
Em Março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV – Transportes Aéreos de Cabo Verde (actual CVA – Cabo Verde Airlines) por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (Grupo Icelandair, que ficou com 36% da ex-TACV) e em 30% por empresários islandeses com experiência no sector da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada). Outra parcela da CVA, de 10 por cento, foi vendida no segundo semestre de 2019 a trabalhadores e emigrantes cabo-verdianos.
"O grupo islandês foi o responsável pela reestruturação e pelas operações da CVA, fornecendo também os aviões que estão presentemente adstritos à frota da companhia cabo-verdiana. São três aviões Boeing 757-200 que, neste momento, estão estacionados em aeroportos dos Estados Unidos, a aguardar pela retoma dos voos internacionais", sublinha a newsavia.com
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