Duas passageiras acusaram a delegacia de Saúde da Praia de recusar fazer o teste para viagem internacional nas 72 horas estabelecidas, mas a instituição cabo-verdiana esclareceu que houve uma “falha de comunicação” e o diagnóstico foi feito.
Melissa Semedo e Maria Gomes Semedo dirigiram-se na terça-feira de manhã ao gimnodesportivo, na cidade da Praia, o principal ponto de recolha das amostras, para fazerem o teste à covid-19, com viagem marcada para Portugal às 01:50 de sexta-feira.
Mas para espanto das duas passageiras, foram informadas pelos técnicos no gimnodesportivo que deveriam fazer o teste na segunda-feira, portanto, além das 72 horas exigidas.
Melissa Semedo contou à Lusa que antes de se dirigir ao gimnodesportivo, primeiro foi à Delegacia de Saúde, no Plateau, para se informar sobre os dias e horários para os testes, onde foi informada posteriormente por telefone que, no seu caso, seria na terça-feira.
“E hoje chego aqui e dizem-me que não conseguem fazer o meu teste”, protestou a estudante, adiantando que foi informada que o teste poderia ser feito, mas que deveria assinar um termo de responsabilidade, caso o resultado não saísse a tempo da viagem.
“Não tenho que me responsabilizar porque foram eles que me enviaram para aqui”, afirmou Melissa Semedo, sublinhando que o teste realizado na segunda-feira não teria validade e correria o risco de ser “barrada” à entrada de Portugal.
A mesma situação enfrentou Maria Gomes Semedo, com viagem marcada para a mesma hora, para realizar consultas médicas em Portugal, marcadas para o dia 14.
“Se o teste tem que ser com antecedência de 72 horas, é hoje [terça-feira] que tenho que fazer para chegar sexta-feira em Portugal”, protestou à Lusa esta passageira, que também foi alertada que tinha de realizar o diagnóstico na segunda-feira.
Depois de muita insistência, as duas passageiras conseguiram realizar o teste na terça-feira, com Melissa Semedo a dizer que ficou a “incerteza” quando à entrega do resultado, que espera obter na quinta-feira, ainda antes da viagem.
Abordada hoje pela agência Lusa sobre o assunto, a delegada de saúde da Praia, Ullardina Furtado, afirmou que terá havido alguma “falta de comunicação”, porque quem viaja na sexta-feira deve fazer a colheita da amostra na terça-feira das 08:00 às 10:00.
“Se não foi feito, houve algum erro de comunicação, porque a pessoa estava dentro do tempo de fazer a colheita”, explicou a delegada, indicando que duas pessoas foram pedir esclarecimentos à delegacia, mas com viagem marcada para quinta-feira.
Neste momento, a responsável de saúde disse que há muita procura para a realização dos testes para viagens, o que tem provocado muito stresse para todos, principalmente para os viajantes.
“Com o aumento de voos, tem aumentado a demanda da delegacia e dos laboratórios, o que exige que haja uma organização, para que haja uma resposta atempada dos resultados”, salientou.
A médica afirmou que a delegacia não nega fazer colheita de amostras aos viajantes, mas se constatar que não vai haver um resultado a tempo, recomenda à pessoa para fazer o teste num determinado dia, para ter o seu resultado em tempo útil para viagem.
“É uma recomendação que fazemos porque sabemos a capacidade que temos. Não vale a pena uma pessoa fazer o teste e saber que não vai ter a reposta a tempo”, alertou a delegada.
Para viagens, as amostras são recolhidas nos centros de saúde e no gimnodesportivo Vavá Duarte, com dias e horários definidos, são enviadas para os laboratórios de virologia do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), que dá a resposta para ser entregue ao passageiro.
Na terça-feira, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou que brevemente estará disponível uma plataforma digital para que as pessoas tenham o resultado dos seus testes de forma rápida e imediata através do seu telemóvel.
A delegada de saúde da Praia disse à Lusa que um aplicativo desses iria “facilitar muito” o trabalho dos técnicos de saúde, bem como evitar o stresse e as várias deslocações do passageiro.
Com Lusa
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