Sabe que turistas? Magnatas que gostam de jogos de fortuna, mas não podem fazê-lo na China. Incrementa o negócio de David Chow no Djéu, Praia.
Cabo Verde deverá receber cerca de 100 mil turistas chineses assim que melhorar sua infraestrutura turística, promete Zhang Wei, Câmara internacional de Comércio da China.
Em entrevista à Macauhub, à margem do Encontro de Empreendedores para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa que decorreu esta semana na Praia, Wei disse que “Cabo Verde terá grandes vantagens na cooperação económica e comercial com a China”.
"Há cerca de 100 mil chineses que querem visitar Cabo Verde, se o país investir em mais e melhores instalações turísticas", como hotéis, mas também infraestruturas rodoviárias, disse Zhang Wei, apontando os exemplos da Itália e da Grécia, que recebem centenas de milhares de turistas chineses todos os anos.
O dirigente da Câmara de Comércio Internacional da China está a contar com os futuros hotéis a abrir em Cabo Verde, como a unidade turística da cadeia Hilton, e sobretudo o mega-empreendimento do milionário macaense David Chow, na Praia.
Mas quem são esses turistas chineses prontos a desembarcar em Cabo Verde? O prestigiado jornal francês Le Monde, garante que são magnatas que gostam de casinos e jogos da fortuna e de azar mas que a legislação chinesa proíbe. Por isso, diz o Le Monde, procuram novos destinos agora que Macau está “entupido” e o cerco aos milionários corruptos aperta.
Cabo Verde surge como zona de eleição, com a abertura do primeiro casino no país, na ilha do Sal, pertencente ao grupo Legend, também de David Chow. O arquipélago, aliás, definiu cinco áreas de lazer divididas entre Santiago, Sal, São Vicente, Boavista e Maio.
O grupo tem um período de concessão de vinte e cinco anos para os seus casinos com um período de exclusividade de sete anos – projecto global de David Chow na Praia chega a 200 milhões de euros.
Os seus clientes são turistas chineses e magnatas da indústria do jogo de casinos. Na China, o jogo foi proibido pelo que esses ricaços tomaram conta de Macau, o maior centro de jogos e casinos do mundo e o único território da China onde é permitido jogar.
O problema é que o presidente Xi Jinping lançou desde 2014 uma campanha global contra a corrupção que tem desencorajado muitos milionários a parar em Macau. Daí a aposta em Cabo Verde.
“O número de turistas chineses no exterior duplica a cada ano e os gastos atingiram 261 mil milhões de dólares”, revela o Le Monde, realçando que “David Chow tem mais de um carta na manga”. “Ele é Cônsul Honorário de Cabo Verde em Macau e tem uma relação especial com Praia. Tornou-se um intermediário indispensável entre a China e esse país de expressão portuguesa. Mas o jogo continua a ser o negócio mais lucrativo. As receitas do grupo chegaram a quase 200 milhões de euros em 2016”.
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