A liderança que sobrevive ao nosso tempo será aquela que ousa desafiar o medo
Ponto de Vista

A liderança que sobrevive ao nosso tempo será aquela que ousa desafiar o medo

A liderança do futuro pertence aos ousados, aos que transformam vulnerabilidade em força, incerteza em oportunidade. Não aos temerários, mas aos corajosos. Não aos que ignoram riscos, mas aos que os enfrentam conscientemente. A pergunta que cada líder deve fazer-se não é "e se falhar?", mas sim "e se não tentar?".

Vivemos, em tempos de incertezas sem precedentes na história humana, marcada por crises climáticas/ambientais, transformações sociais e tecnológicas muito aceleradas, bem como, polarização política e volatilidade econômica. Território fértil, no qual líderes, de todo mundo, são desafiados a tomar decisões, em prol do bem-estar coletivo. Nesta senda, apenas aqueles, que conseguem desobedecer ao medo, conseguirão liderar de forma inspiradora, sendo coragem como pilar da liderança, contemporânea.

O medo, sempre foi um mecanismo de sobrevivência essencial, mas quando se torna o principal conselheiro das nossas decisões, transforma-se num obstáculo paralisante. Líderes, que sucumbem ao receio de errar, de desagradar ou de perder status acabam por gerir pelo mínimo denominador comum, evitando riscos necessários e perpetuando sistemas obsoletos.

A desobediência ao medo, não significa imprudência ou irresponsabilidade. Trata-se, sobretudo, de uma coragem informada, que reconhece os riscos, mas não permite que eles, determinem completamente o curso da ação. É a capacidade de tomar decisões difíceis mesmo quando não há garantias de sucesso, de defender o “Para Além do Óbvio” valores mesmo quando isso gera custos imediatos, de inovar mesmo quando o caminho seguro parece mais confortável.

Os exemplos históricos reforçam esta tese. Líderes que marcaram épocas foram precisamente aqueles que ousaram desafiar o status quo: Nelson Mandela enfrentou décadas de prisão pelo fim do apartheid, Malala Yousafzai arriscou a vida pela educação das meninas.

A pandemia de COVID-19, parece ser um bom exemplo desta dicotomia. Líderes que agiram rapidamente, mesmo sem todas as informações, frequentemente protegeram melhor suas organizações e comunidades. Aqueles paralisados pela incerteza pagaram preços elevados.

Contudo, desobedecer ao medo exige mais do que atos isolados de bravura. Requer a construção de estruturas que suportem a tomada de decisão corajosa: culturas organizacionais que não punem o erro honesto, sistemas de apoio que permitam experimentação, equipas diversas que desafiam o pensamento único.

A liderança do futuro pertence aos ousados, aos que transformam vulnerabilidade em força, incerteza em oportunidade. Não aos temerários, mas aos corajosos. Não aos que ignoram riscos, mas aos que os enfrentam conscientemente. A pergunta que cada líder deve fazer-se não é "e se falhar?", mas sim "e se não tentar?".

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