Que país é esse que não tem Governo ou será que já foi de férias antecipadas para as campanhas eleitorais e deixou o país à deriva? Todas essas contas de hotéis, transportes, alimentação e comunicação a que os passageiros vítimas dos erros de gestão dos operadores de transportes têm direito serão repassados aos consumidores ou aos contribuintes, pois, esses é que são os donos do negócio!
Os sistemas de transporte aéreo e marítimo nacionais continuam navegando à vista e produzindo enormes transtornos e prejuízos aos utentes e aos contribuintes que têm que financiar o péssimo funcionamento desses modais de transporte.
1. Num país formado por ilhas e que pretenda que a atividade turística seja o seu motor de desenvolvimento é inconcebível que não se tenha um sistema de transportes interno e externo marítimo e aéreo regular, previsível, competitivo e moderno.
2. As ondas de protestos de passageiros nos aeroportos e portos do país por causa de falhas no funcionamento dos transportes são infinitamente inferiores ao tamanho e frequência dos problemas que sofrem no dia-a-dia.
3. Eu mesmo já fui vítima de mau funcionamento nos sistemas de transporte tanto aéreo como marítimo inter-ilhas.
4. Numa viagem aérea que já estava confirmada no troço São Vicente/Praia, a operadora aérea, simplesmente, deixou os passageiros irem até ao aeroporto e lá lhes informa que, infelizmente, o voo não seria realizado naquele dia, com uma desculpa, sem sentido de que tiveram de mudar de aparelho e que só poderiam voar no dia seguinte. Será que os voos não são planeados e por que não comunicar aos passageiros, antecipadamente, sobre as mudanças?
5. Os prejuízos causados pelas alterações de datas e horários de voos aos vários passageiros são elevados e ilustram o nível de desorganização administrativa e política do Governo nesse setor.
6. Como um mal nunca vem só, numa outra ocasião, procurei um voo da Praia para São Vicente num período de quase uma semana e não havia disponibilidade e a única alternativa seria viajar de navio, dando meia volta às ilhas do arquipélago.
7. A companhia marítima vendeu passagem para a partida prevista para um sábado às 14 horas e adiou, sucessivamente, esse horário, por três vezes, e só viajou no domingo às 17 horas e levou 35 horas de viagem para chegar ao destino.
8. Que turista que irá repetir essas péssimas experiências decorrentes da incompetência e da desorganização administrativa e política do sistema de transportes?
9. Qual será o tamanho do prejuízo que essa desorganização e caos no sistema de transportes provoca na vida de profissionais liberais, empresários, artistas, académicos e outros profissionais?
10. Qual é a dimensão dos danos económicos e financeiros que essa desordem administrativa causa aos pequenos e médios comerciantes e empresários que dependem dos transportes marítimos inter-ilhas para levar e trazer suas mercadorias?
11. Afinal de contas o Governo resolveu ofertar para a capital do país um dos responsáveis dessa desordem administrativa e política para se aventurar ao comando da maior Câmara Municipal do país, na onda rabentola do “governar sem djobi pa lado” e espalhar o mesmo caos administrativo, financeiro e político ao nível da governação local!!!
12. Num país onde se fazem cais submersos que não permitem atracação de navios, que se pagam indemnizações compensatórias milionárias sem a reconhecida contrapartida, que o dinheiro público é desbaratado através do fundo de turismo e ambiente, que se constroem “elefantes brancos” como é o famoso mercado do Coco e ninguém é responsabilizado pelas autoridades legítimas constituídas, só resta ao povo através das urnas fazer a devida e merecida justiça nas próximas eleições autárquicas marcadas para o dia 01/12/24!
13. A desorganização e desestruturação administrativa do sistema de transportes atualmente produz e produzirá limitações e constrangimentos no direito constitucional dos cidadãos em ir e vir, amplificando as desigualdades de tratamento entre os cidadãos das ilhas designadas de periféricas muito mal servidas em relação às outras, desincentiva investimentos sensíveis aos condicionantes logísticos de transportes e mais grave e preocupante, coloca toda a população sob o risco permanente de insegurança por causa da falta de previsibilidade do sistema.
14. Novamente, hoje, presencio no aeroporto da Praia outra grande falha administrativa com a prática do “overbooking” (venda de um número de bilhetes superior ao número de assentos) e o descontentamento e reclamação dos passageiros perante o desrespeito de uma companhia aérea para com os seus clientes.
Que país é esse que não tem Governo ou será que já foi de férias antecipadas para as campanhas eleitorais e deixou o país à deriva? Todas essas contas de hotéis, transportes, alimentação e comunicação a que os passageiros vítimas dos erros de gestão dos operadores de transportes têm direito serão repassados aos consumidores ou aos contribuintes, pois, esses é que são os donos do negócio!
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