Os 35 mil contos que o BCA acusou a funcionária Rosangela Semedo de ter desviado pertence ao jogador internacional cabo-verdiano Gegé. O Banco repôs o montante de 32 mil contos, mas a quantia continua indisponível na conta do jogador. E vai haver acção cível também contra o BCA.
Afinal história é diferente da que o BCA contou. O banco, na verdade, só apresentou queixa contra a funcionária Rosângela Semedo, depois de Gegé Barros, atleta da selecção nacional e que joga na Arábia Saudita, ter confrontado a instituição.
Gegé, segundo a advogada que o assiste, desconfiou que algo estava errado com o seu dinheiro desde o dia 10 de junho, mas só no dia 18 confirmou que haviam retirado 35 mil contos da sua conta a prazo.
O BCA prometeu avançar com uma auditoria para comprovar o caso, mas depois de muitas voltas, sem chegar a nada, o jogador ameaçou trazer tudo a público numa conferência de imprensa agendada para sexta-feira, 28. Sucede que o BCA acabou por repor na conta do jogador 32 mil contos, ao mesmo tempo que acusava a sua funcionária de ter desviado tal valor.
O montante, todavia, continua indisponível, segundo nos contou os assistentes judiciais de Gegé, que regressou ontem, sábado, a Arábia Saudita, onde joga.
A queixa formal de Gegé contra o BCA deu entrada na Procuradoria no dia 22, dias antes de o banco "se fazer de vítima e acusar uma sua funcionária", conforme nos conta os assistentes de Gegé, que preferiram ficar em animato.
Irritados com o funcionamento desse banco, Gegé e seus advogados decidiram intentar uma acção judicial contra o BCA por danos causados ao jogador que ainda não consegue movimentar um centavo, apesar da reposição de 32 mil contos já feita e que têm cópia. A queixa tem a ver com o facto de o BCA ter devolvido o valor desviado, mas sem que o dinheiro esteja disponível. Para os advogados de Gegé, "o BCA quer se ilibar do problema apontando o dedo a uma funcionária", quando sabe "que a supervisão não funcionou durante dois anos em que os desvios foram feitos".
"É só para constar e para o caso ficar assim como está que o BCA enviou cópia do depósito e ficar ileso, mas sabem que a culpa é do banco que não se precaveu", observa a advogada, que adianta uma queixa contra o BCA junto do supervisor, o BCV, a entrar já na segunda-feira.
Rosangela Semedo, segundo fontes de Santiago Magazine, acabou por admitir em tribunal - que a pôs sob Termo de Identidade e Residência - a autoria do crime, enquanto o BCA "se faz de vítima de um problema, claramente, institucional, porque põe em causa a sua imagem".
Gegé estava em Cabo Verde para uma acção social no bairro de Tira Chapéu, de onde é natural, juntamente com Babanco. E descobriu o roubo ao pretender movimentar dinheiro para essa causa social.
Foto: maisfutebol.pt. Gegé ainda no Paços de Ferreiram Portugal
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