A presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INPS), Maria da Luz Lima, anunciou esta quarta-feira, 23 de outubro, uma série de projectos de investigação em saúde, que segundo disse, só poderão ser concretizados com mais investimentos no sector da investigação.
Maria da Luz Lima, que falava aos jornalistas na sequência da realização, na Cidade da Praia, do I Congresso Nacional de Investigação em Saúde, sob o lema “Investigação Inovação e Desenvolvimento”, disse que a investigação em Cabo Verde precisa muito de ser melhorada.
“O nosso perfil epidemiológico requer que se faça mais investigação para podermos saber onde é que estão as causas das doenças, conhecer melhor os determinantes da saúde e também apoiar os decisores de forma a tomar as decisões mais assertadas e assertivas para responderem aos problemas de saúde que existem em Cabo Verde”, disse a responsável.
O INPS, indicou, tem realizado acções de pesquisas com resultados, nomeadamente a nível do paludismo. Neste momento, adiantou que há projectos em carteira, nomeadamente a nível do cancro, que exigem “recursos avultados” para sua concretização.
“Temos as questões do cancro, da hipertensão arterial, a diabete, além das doenças contagiosas”, disse, precisando que a nível do cancro pretende-se uma investigação na área da HPV-vírus, que provoca o cancro de colo de útero, por forma a saber que tipo existe em Cabo Verde e propor a implementação da vacinação contra HPV.
Há outros projectos em carteira relacionados com a investigações na área das rotas vírus que provocam a diarreia, com a questão da diabetes para ver a quantidade dos alimentos açucarados que é consumida em Cabo Verde é ver se é possível fazer alguma política na redução do consumo e importação de produtos para que não haja tantos diabéticos em Cabo Verde.
“O financiamento é um tema que será debatido, nós acreditamos que o Governo está a fazer um esforço para financiar a investigação, mas há necessidade mais investimentos porque a investigação não é barata. Para conhecer as causas e os problemas há que fazer investimento a sério, não só em questões de recursos humanos, mas em meios e tecnologias”, sustentou.
Acrescentou ainda para além da questão das doenças em si, há que ser levado em conta também a promoção da saúde, estudar o impacto das intervenções, fazer a investigação clínica e na área farmacêutica.
“Portanto, é um campo muito amplo que se não houver investimento não se possa atingir os objectivos. Da parte técnica torcemos que haja mais investimento porque só com uma boa investigação baseada em evidências se pode fazer intervenções a nível política assertivas”, sustentou.
Da parte do Governo, o ministro da Saúde e Segurança Social, Arlindo do Rosário, que presidiu à cerimónia de abertura, anunciou que só no Orçamento do Estado de 2020 estão previstos mais de meio milhão de contos dedicados a infra-estruturação, recursos humanos, pesquisa e formação em várias áreas, entre as quais a saúde.
“A investigação e inovação deverão ser também incentivadas e apoiadas a nível das instituições académicas, instituições não académicas e de investigação, instituições privadas e através de estabelecimento de parcerias público-privadas.
O I Congresso visa discutir a realidade investigativa na área da saúde em Cabo Verde, promover a troca de experiências entre investigadores nacionais e internacionais e incentivar a cultura da investigação, com vista ao reforço dessa pratica na área da saúde em Cabo Verde.
O fortalecimento da divulgação nacional e internacional da produção científica e o reforço de uma rede de colaboração e de cooperação de investigação interdisciplinar e transdisciplinar são outros objectivos desse evento tem a duração de dois dias.
Com Inforpress
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