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Igreja Católica indignada com Óscar Santos. Aguarda por uma licença há 17 meses
Sociedade

Igreja Católica indignada com Óscar Santos. Aguarda por uma licença há 17 meses

Paróquia de Sagrado Coração de Jesus aguarda há 17 meses por uma licença para construção do Centro Social e residência paroquial de Vila Nova, Praia. Agastado, o pároco Carlos Varela envia uma missiva ao Óscar Santos, cuja cópia Santiago Magazine teve acesso, manifestando a sua “indignação devido à falta de resposta” em relação a um processo que se arrasta desde 31 de Março de 2017.

Na referida carta, que foi enviada ao conhecimento do Bispo de Santiago, Dom Arlindo Furtado, do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, do vereador do Urbanismo, Rafael Fernandes, do Presidente da Assembleia Municipal e das bancadas do MpD e PAICV, o padre Carlos Varela, avisa que, na ausência de resposta, a paróquia decidiu avançar por meios próprios com o fito de repor os direitos que se lhe assistem em ordem a suprir as suas reais e urgentes necessidades”.

Visivelmente agastado, Carlos Varela relembra que a própria Câmara Municipal da Praia estipulou um prazo de 45 dias para a resolução definitiva dos processos de licenciamento, e questiona como é possível um tratamento destes, num processo que, afirma, o próprio presidente Óscar Santos, teria declarado como sendo “simples”, porque fazem isso “todos os dias”.

Como explica o pároco, com a criação daquela paróquia, que serve as localidades de Lém Cachorro, Ponta de Água, Achadinha Pires, Safende, Calabaceira, Pensamento São Pedro, Trindade, São Martinho Pequeno, o bairro de Vila Nova ganhou grande dinâmica, pelo que um paroquiano resolveu ceder um lote de terreno à Igreja para edificação de um Centro Social e Residência Paroquial e demais serviços necessários ao funcionamento cabal de uma paróquia.

Assim, no dia 31 de Março de 2017, a Igreja avançou com um pedido de licença na Câmara Municipal da Praia que até hoje ainda não foi despachado, nem sim nem não, apesar de vários encontros e promessas dos responsáveis camarários, seja do presidente Óscar Santos, seja do vereador Rafael Fernandes.

O primeiro encontro foi em Janeiro de 2018, onde Óscar Santos, terá afirmado desconhecer o processo, e prometeu falar com o vereador Rafael Fernandes, que, por sua vez, iria contactar a paróquia para os acertos necessário, visando o despacho do pedido.

“Ficamos a aguardar sem resposta até 18 de Abril, quando fomos para uma audiência com o referido vereador, que começou por perguntar-nos se o senhor presidente não nos tinha dito que tinham deliberado ao nível da Câmara Municipal não aceitar a construção naquele espaço”, escreve o padre Varela, que se mostra um pouco incrédulo em relação a uma deliberação que sequer foi dada a conhecer ao interessado.

Entretanto, como alternativa, a Câmara Municipal propõe mais três espaços, todos em Vila Nova, tendo a paróquia se mostrado “receptiva”. Acontece, no entanto, que até este momento, decorridos 17 meses, e apesar de telefonemas, emails, audiências e promessas de encontros, a paróquia não recebeu qualquer despacho definitivo sobre esta eventual troca de lotes. Um assunto que, segundo as afirmações do presidente da Câmara, Óscar Santos, relembrado pelo subscritor da referida carta, “é simples, fazemos isso todos os dias”.

Nenhum dos responsáveis por este dossier na Câmara Municipal da Praia (Óscar Santos, Rafael Fernandes ou Paulo Filipe) estiveram disponíveis para falar com Santiago Magazine.  

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Redação