O Governo poderá avançar com um subsídio para baixar o preço das casas das classes B e C do programa Casa para Todos para “acelerar o ritmo” das vendas das moradias, com valor estimado em cerca de 5000 contos.
Essa possibilidade esteve em análise durante a reunião realizada hoje, na Cidade da Praia, entre o Governo e as câmaras municipais para avaliação da implementação do Programa de Requalificação, Reabilitação e Acessibilidade (PRRA).
Segundo a ministra das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação, Eunice Silva, este poderá ser uma das saídas para agilizar as vendas das casas, “actualmente com pouca procura”, e garantir que a Imobiliária, Fundiária e Habitat (IFH), enquanto empresa que tem a responsabilidade pagar a dívida contraída para a construção das casas, tenha condições para o fazer.
“A avaliação que fazemos é o seguinte: se 15%da população cabo-verdiana é que tem condições de comprar uma casa, cujo valor é 2800 contos como é possível vender casas a 5000 contos no programa Casa para Todos”, questionou a governante, que lembrou que 5000 contos é o custo da casa do programa Casa para Todos, pelo que o Governo “tem que encontrar uma saída”.
“É um isso que estamos a discutir com as câmaras municipais no sentido de encontrar um saída que pode passar pelo subsídio do Governo para baixar o preço e permitir ao IFH, vender as casas. Ok, o Governo entra com uma parte e nós podemos vendar a casa por três mil ou por dois ou quatro mil”, explicou.
Segundo Eunice Silva, no âmbito do programa implementado pelo Governo anterior foram construídas mais cinco mil casas, das quais cerca de três mil são da classe A e que já foram entregues às câmaras municipais para serem distribuídas as pessoas de baixa renda.
A outra parte, mais de três mil são da classe B e C e destinado a venda livre no mercado.
Acontece que até este momento apenas mil e tal foram vendidas, estando neste momento cerca de duas mil para serem vendidas.
A procura “tem sido fraca”, sobretudo pelo preço, mas pela localização e falta de rede esgotos de alguns dos prédios, daí que o Governo quer assumir esse problema e resolvê-lo “dentro daquilo que é possível”.
No dia 30 de Outubro o Governo volta reunir-se com as câmaras municipais “na expectativa” de se chegar a um consenso e “resolver de vez esta situação”.
“Casa para Todos” é um programa de habitação social financiado através de uma linha de crédito de 200 milhões de euros, concedida pelo governo português e que prévia a construção de cerca de 8000 habitações de cariz social e que deviam fazer face ao défice habitacional existente em Cabo Verde.
No entanto, os problemas financeiros surgidos durante a implementação do programa levaram a redução do número de casas para 6000, mas foram concluídos apenas cinco mil e tal.
Com Inforpress
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