Economista sugere criação de entidade independente para regular concursos públicos
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Economista sugere criação de entidade independente para regular concursos públicos

O economista e secretário-geral da Câmara de Comercio do Sotavento (CCS), José Luís Neves, defendeu esta quinta-feira, 30 de maio, a criação de uma entidade independente para regular os concursos públicos de acesso ao trabalho em Cabo Verde.

José Luís Neves falava aos jornalistas momento antes de proferir a conferência inaugural da primeira edição das jornadas científicas promovida pela Escola de Negócios e Governação (ENG), da Universidade de Cabo Verde, tendo com tema “Mercado do trabalho em Cabo Verde, situação actual e desafios”.

“Tratando-se o emprego de uma questão fundamental e sensível nós pensamos que temos que dar esse passo. Criar uma entidade reguladora para regular e acabar com as suspeições com base em critérios como a transparência, o mérito e a igualdade de oportunidade para o mercado de trabalho em Cabo Verde”, sugeriu.

Essa entidade, conforme sugeriu, teria também o poder de participar do sistema avaliação de desemprego e também nos processos progressões nas carreiras, como forma de garantir maior transparência nos processos.

“Nós não podemos fazer na qualificação, no sistema de ensino e formação para depois não regularmos essas matérias que são fundamentais”, sustentou.

Durante a sua apresentação, José Luís Neves falou a situação actual do mercado de trabalho, que na sua perspectiva é caracteriza por um “desemprego relativamente elevado”, e dos desafios do mercado de Cabo Verde, nomeadamente os macro e a questão da aceleração do crescimento económico, que na sua perspectiva tem de ser “mais gerador de emprego produtivo e digno”.

Falou também dos desafios prioritários e das estratégias para a economia cabo-verdiana, nomeadamente questões relacionadas com a competitividade, a qualidade e a produtividade.

“Portanto, nós temos que desenvolver iniciativas empresariais, temos que ter a capacidade de inovar e produzir com qualidade, temos que ser cada vez mais competitivos na atraccão de investimento directo externo de qualidade e temos também o desafio a nível da produção de dados e informações sobre o mercado de trabalho”, declarou.

Neste sentido propôs a reactivaçao do Observatório de Emprego em Cabo Verde por forma a “suprir as carências existentes” a nível da análise dos dados e das informações

“Tenho dito que o INE está a fazer um trabalho extraordinário, mas há insuficiências, há carências que ainda são precisos suprir. Há alguns indicadores que são exigidos que são propostos pelo Bureau Internacional do Trabalho (BIT) e que ainda o INE não produz, sobretudo os que estão relacionados com a análise dos indicadores dos ODS”, precisou

“Estou a falar é indicadores do trabalho decente, mas também há carência em matéria de analise dos dados e das informações”, reforçou.

O economista aproveitou a ocasião para lançar um desafio aos jovens desempregados no sentido de serem “proactivos  e mais competitivos” neste mercado “global e cada vez mais competitivo”.

A primeira edição das jornadas científicas da ENG visa criar um espaço de debate para estimular o espírito de pesquisa na comunidade universitária e proporcionar momentos de apresentação, divulgação e reflexão científica.

“Economia e desenvolvimento”, “Governança e mercado de trabalho”, “Governança, diáspora e mercado de trabalho”, “Questões de género e mercado de trabalho”, “Direitos e igualdade e mercado de trabalho” e Educação financeira e mercado de trabalho” são os temas dos painéis constantes do programa das jornadas que têm a duração de dois dias.

Com Inforpress

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