Mais de 40% dos trabalhadores que perderam o emprego em Cabo Verde em 2020, durante a pandemia de covid-19, são da ilha do Sal, segundo dados do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) consultados hoje pela Lusa.
De acordo com o relatório do INPS sobre as medidas de mitigação da pandemia, de 01 de abril a 31 de dezembro de 2020 foram atribuídos 1.947 subsídios de desemprego em todo o arquipélago, no valor global de quase 110 milhões de escudos (um milhão de euros).
Desse total, 810 subsídios de desemprego foram atribuídos na ilha do Sal (41,6%), precisamente a mais turística do arquipélago, setor que desde finais de março está praticamente parado, devido às restrições impostas com a pandemia de covid-19.
Seguem-se as ilhas de São Vicente e da Boa Vista, respetivamente com 22,5% e 20,6% do total de subsídios de desemprego atribuídos pelo INPS de abril a dezembro de 2020, enquanto nas ilhas da Brava e do Maio não foi contabilizado qualquer pedido.
O pico de subsídios de desemprego processados pelo INPS num mês foi em julho, com 1.228, registo que foi descendo até 181 em dezembro.
As mulheres foram as mais afetadas, com 1.096 beneficiárias de subsídio de desemprego atribuído naquele período, e 851 homens.
O Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde depende em 25% do turismo, com um recorde de 819 mil turistas em 2019, mas parado desde a pandemia.
O vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, Olavo Correia, admitiu em 06 de janeiro, no parlamento, que a retoma económica no país durante 2021 será lenta, com o Governo a querer facilitar o acesso à atribuição de subsídio de desemprego, como medida mitigadora.
“Nós queremos que neste quadro de progressiva recuperação haja cada vez menor adesão, como é evidente”, afirmou Olavo Correia, que é também ministro das Finanças, referindo-se ao acesso cada vez mais restrito ao regime simplificado de ‘lay-off’, implementando desde abril igualmente como medida mitigadora das consequências económicas da pandemia.
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