A empresa responsável pela execução das obras do projecto ecoturismo na piscina natural de Salinas, iniciada em Março de 2018, tem um prazo de 40 dias para entregar a obra, como foi contratualizada, após retomar os trabalhos.
Esta informação foi avançada à Inforpress pelo presidente da câmara de São Filipe, que há sensivelmente uma semana discutiu com a empresa a situação dos trabalhos e a necessidade da sua finalização.
O processo de Salinas “é complexo”, admitiu Nuías Silva, porque, explicou, o dinheiro orçamentado para execução da obra foi “totalmente gasto”, o empreiteiro “já recebeu os valores e a obra ainda não foi entregue porque não está concluída”.
Segundo a mesma fonte, “só em trabalho a mais há milhares de contos”, referiu Nuías Silva, sublinhando que algumas partes que estavam construídas agora estão a ser destruídas pela acção do mar, como o arrastador e a parte de pedonal de madeira, entre outros.
“O que queremos com o empreiteiro que esteve aqui e chegamos a um entendimento é uma coisa simples, que entregue a obra no estádio em que foi contratualizada e depois a câmara irá elaborar um projecto de uma segunda fase para corrigir aquilo que no entender da câmara e dos munícipes devia ter sido feito bem logo de início”, declarou Nuías Silva.
Segundo o mesmo, “não vale a pena prolongar mais tempo e não se pode entregar a obra neste momento assim como está” porque tem de reparar o arrastador, o caminho de madeira, as escadas de inox, a casa dos pescadores, a limpeza da praia e remoção das pedras, acrescentando que “tudo tem de ser feito no prazo é 40 dias a partir do recomeço dos trabalhos”.
O retomar dos trabalhos está a depender do estado do mar na estância balnear de Salinas, que está revolto e não permite as intervenções, mas assim que a situação normalizar a empresa tem pouco mais de um mês para entregar a obra nos moldes em que foi contratualizada.
Nuías Silva indicou que na segunda fase serão introduzidas melhorias “para dignificar o espaço nobre” que é a Salinas, observando que a câmara está a trabalhar neste momento num projecto de electrificação de Salinas, desde a estrada nacional até a zona da casa dos pescadores, que sirva o interesse turístico daquela localidade.
A electrificação não só irá viabilizar os empreendimentos turísticos existentes, mas também dinamizar futuros investimentos e criar um plano detalhado da localidade, porque, explicou, não se pode permitir construções avulsas, assim como a requalificação do cemitério de Marcela para descongestionar o cemitério de São Lourenço.
O projecto ecoturismo na piscina natural de Salinas teve o seu início formal a 19 de Março de 2018, com o lançamento da primeira pedra, e devia ficar concluído em Novembro do mesmo ano.
Dois meses depois do seu arranque a obra foi embargada pelo tribunal de São Filipe, a pedido dos proprietários de um prédio que existia no local e que foi demolido pelas autoridades municipais.
O projecto, orçado em 52.400 contos, foi financiado em 75 por cento (%) pela União Europeia e tem como objectivo global a diversificação da oferta turística do Fogo.
O mesmo visa requalificar as infra-estruturas de apoio da piscina natural de Salinas para a dinamização turística e ambiental, procurando, em simultâneo, capacitar a comunidade para a dinamização económica e para a preservação ambiental deste património natural.
Enquadra-se no âmbito de projectos financiados pela UE, de preservação e melhoria do património social, cultural e ambiental como factor de diversificação e desenvolvimento do turismo sustentável e solidário em Cabo Verde.
A zona Salinas é uma baía que abriga um pequeno porto de pesca e uma piscina natural desenhada pela rocha vulcânica e uma das principais referências turísticas da ilha do Fogo.
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