Fizeram teste rápido por iniciativa própria, que acusou negativo. Desde 22 de junho aguardam os resultados do PCR. Foram impedidos de trabalhar sem esses resultados. As autoridades continuam mudos e calados. Aos custos psicológicos somam-se os financeiros, uma vez que continuam sem poder ir ao trabalho.
Em nota enviada ao Santiago Magazine, os familiares de Joceline Baessa Gonçalves (foto), falecida no Hospital Agostinho Neto (HAN), acusam as autoridades sanitárias de irresponsabilidade e incompetência no tratamento deste caso, sobretudo no que concerne à prevenção e proteção da família da jovem.
Segundo afirmam, a vitima teria sido detetada com novo coronavírus no dia 17 de junho, vindo a falecer no dia 19, após ter sido submetida a uma cesariana, uma vez que se encontrava grávida de 7 meses. Acontece que, desde então, nenhum elemento da família foi posto em quarentena para efeitos de teste. Nem mesmo, o marido da vítima.
Alguns elementos da família fizeram testes rápidos por iniciativa própria. As autoridades sanitárias só apareceram na localidade onde residem – Tira Chapéu – 5 dias depois da ocorrência. E isto, tem sido o motivo de maior crítica e questionamentos.
De entre vários questionamentos e dúvidas, na nota chegada a este diário digital, os familiares perguntam “porquê que só 5 dias após o teste positivo da falecida, é que as autoridades sanitárias apareceram na residência para coleta de amostras para teste, sem quaisquer recomendações à família e nem desinfeção do espaço interno e circundante da residência”.
Agastados com o que consideram negligência e descaso, questionam ainda “porquê que o companheiro da falecida, com quem esta vivia maritalmente, continua até hoje sem resposta do teste e anda a circular livremente na comunidade e até no HAN, para onde se desloca diariamente para obter informações do filho recém-nascido que se encontra ainda na incubadora”.
Esse estado de coisas, afirmam na referida nota, tem criado uma situação insustentável para a família da vítima. “Que azar tem esta família que para além de ter perdido um ente querido em circunstância pouco clara, está sendo injuriada, estigmatizada, maltratada pelo deficiente trabalho das autoridades sanitárias deste país”, lamentam, acrescentando que dois dos seus elementos, irmãos da falecida, “foram negados esta semana o direito de retornar para aos respetivos empregos se não apresentassem o teste PCR do novo coronavírus.”
Neste contexto, perguntam, “como querem as autoridades controlar esta pandemia se atuam desta forma tão incompetente e irresponsável perante situação desta natureza”, ao mesmo tempo que dizem estranhar a demora nas respostas, uma vez que as autoridades sanitárias fizeram coletas para os testes desde o passado dia 22 de junho, e hoje dia 30 ainda não conheceram os resultados.
Santiago Magazine tentou obter a reação das autoridades sanitárias, concretamente a direcção clínica do HAN – a vítima morreu nessa unidade hospitalar – mas tal não foi possível.
O jornal conta, no entanto, trazer a versão do HAN na primeira oportunidade.
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