O deputado António Monteiro, eleito nas listas da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) por São Vicente, acusou esta segunda-feira, 6 de maio, a câmara local de “usurpar os poderes” da Assembleia Municipal na cedência de bens imóveis.
Em conferência de imprensa, na manhã de hoje, no Mindelo, convocada para abordar a gestão da câmara na vertente das competências da autarquia na alienação de bens imóveis, Monteiro pediu a Augusto Neves, edil local, para repensar a sua estratégia na cedência desses bens imóveis, tendo-se referido a dois espaços para construção de hotéis, em concreto, na Laginha e na Avenida Marginal.
Isto porque, assinalou, nos dois casos a autarquia “agiu contra o Estatuto dos Municípios”, cujo artigo 81º, sobre a competência das assembleias municipais, postula que cabe às assembleias municipais autorizar a alienação desses bens imóveis.
A UCID denunciou que, quer para a cedência de espaços na Laginha (ex-Congel) quer o espaço da ex-oficina de mestre Kung, na Avenida Marginal, a câmara “não submeteu à Assembleia Municipal” os respectivos pedidos de autorização para que esses bens imóveis fossem cedidos ou alienados, postura que qualificou de “autêntico atentado à democracia”.
Aliás, o deputado lembrou que “em situação idêntica”, aquando da cedência do espaço do ex-Consulado Inglês, a câmara submeteu o competente pedido à Assembleia Municipal de São Vicente que, por sua vez, autorizou a cedência.
“A UCID quer saber que razões ou motivos estarão por detrás do facto de, desta feita, não se submeter o pedido à Assembleia Municipal”, lançou António Monteiro, precisando que tal terá sucedido ou “por engano” ou por “défice de democracia” e solicitou à câmara para “arrepiar caminho” porquanto “há ainda tempo para se entrar pela via legal”.
“Queremos que construam hotéis e mais infra-estruturas produtivas para o desenvolvimento da economia da ilha, mas que tudo seja feito com base nas leis vigentes e na Constituição da República”, concretizou a mesma fonte, que disse “não pactuar com aqueles que acham que por razões económicas ou outras devem saltar a lei”.
“Caso não for submetido à Assembleia Municipal, há leis no país e o próprio cidadão comum pode pedir o embargo das obras”, sintetizou o deputado da UCID.
Com Inforpress
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