Parlamento: PAICV considera que Cabo Verde atravessa “o seu pior momento na sua história de governação”
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Parlamento: PAICV considera que Cabo Verde atravessa “o seu pior momento na sua história de governação”

O PAICV considerou hoje, no parlamento, que Cabo Verde atravessa “o seu pior momento na sua história de governação”, com este Governo liderado pelo MpD, colocando o País perante “enormes desafios”, mormente no que tange aos transportes”.

Estas afirmações foram feitas pelo deputado do grupo parlamentar do PAICV Francisco Pereira, durante uma declaração política, na qual acusou o Governo de ludibriar os cabo-verdianos com promessas enganosas.

“Cabo Verde está a atravessar o seu pior momento na sua história de governação, enquanto um País independente e democrático. O Governo do MpD liderado por Ulisses Correia e Silva tem falhado com os cabo-verdianos e não tem sido capaz de implementar políticas públicas assertivas e necessárias que protejam as pessoas e que garantam a dignidade e a felicidade de todos os cabo-verdianos”, afirmou o deputado.

“O País tem vindo a assistir dias após dias o senhor primeiro ministro numa operação de casting político tentado ludibriar os cabo-verdianos com promessas e com uma linha discursiva que não passa mentismo e de uma retórica simplista sem respaldo na vida real dos cabo-verdianos”, completou Francisco Pereira.

Para aquele parlamentar, o Governo do MpD tem colocado Cabo Verde perante “enormes desafios” abarcando tanto níveis institucionais como económicos e sociais, tendo destacado o “autêntico caos nos transportes”, a “clara degradação da coesão territorial mobilidades interna e externa, reiterando que o País passa por uma verdadeira falta de política de transportes.

Apontou ainda o desemprego, particularmente o desemprego jovem, a estagnação económica, a diminuição de rendimentos a pobreza global e a pobreza extrema, o endividamento da economia, as assimetrias regionais sociais e de género, a criminalidade, morosidade da justiça, a falta de ética na gestão da coisa pública, a deterioração do risco soberano que, a seu ver, tornar-se hoje emergências nacionais.

“Cabo Verde está hoje numa trajectória de empobrecimento, do enfraquecimento da sua economia e do seu tecido social, o País está em uma encruzilhada, nada do que é verdadeiramente decisivo foi atingido com este Governo”, vincou.

Para o PAICV, este contexto exige uma intervenção mais ampla do Governo para garantir o equilíbrio social, afirmando ser essencial proceder à recuperação e valorização dos salários e das pensões, especialmente daqueles com rendimentos deficitários.

Por seu lado, o secretário-geral do MpD, Luís Carlos Silva, refutou as criticas feitas pelo PAICV, afirmando que o País passa pelo seu pior momento da oposição política.

“O senhor deputado está equivocado, Cabo Verde não passa pelo pior momento da sua história, Cabo Verde já passou pelo pior momento da sua história, passou em 2020 e em 2021 quando nós tivemos que enfrentar a poli-crise, mas os senhores fingiram não ver e agora querem tirar proveito das consequências desta poli-crise. Mas Cabo Verde está sim a passar o seu pior momento da oposição política, uma oposição que é sim daninha, uma oposição que está fragmentada em várias capelas”, referiu o deputado do MpD.

As tais críticas, acrescentou, trata-se da tentativa da oposição em conseguir uma nova liderança parlamentar, asseverando que o País não tem neste momento um “grande risco orçamental ou soberano, ou um grande risco da dívida pública”.

“Isso faz parte do passado, nós neste momento estamos a repor os equilíbrios, marcos fiscais e estamos a os repor com grande sapiência e com grande capacidade de trabalho e com grande capacidade de produzir resultados”, retorquiu.

Alegou que o Governo está a reduzir uma dívida pública de 160% para 110%, desemprego e a pobreza estão a reduzir, pelo que agora, o Executivo está a reconstruir o País e a repor os dados uma vez alcançados em 2019 com vista a acelerar o processo de desenvolvimento de Cabo Verde.

Para 2024, concretizou, o Governo vai consolidar e acelerar a recuperação económica, voltando à agenda de desenvolvimento, continuar a proteger as pessoas e reportar os resultados.

O deputado e presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), João Santos Luís, por outro lado, respondeu ao MpD que de facto “as coisas não estão bem” no País.

“Relativamente aos transportes, está a olhos de todos os cabo-verdianos, na discussão do Orçamento de Estado o senhor ministro das Finanças não conseguiu desmentir que o Governo ficou mudo e calado com a actualização do tarifário de 25% quando o Governo está a pagar à concessionária em 2024 mais de 700 mil contos e mais quatro navios, de forma que nós não temos que mediar essas situações”, ressaltou.

Em termos de transporte aéreo os preços são “exorbitantes” e o Governo, acusou o parlamentar da UCID, não toma medidas devidas, defendendo uma reorientação das políticas de transporte.

“Relativamente a outras questões elencadas, a UCID várias vezes já disse que o Governo pratica uma política pura de assistencialismo no País, não está preocupado em trabalhar para reduzir a pobreza no País, estas políticas assistencialistas contribuem para que as pessoas permaneçam na pobreza (…)”, declarou.

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