
“Sem alma” e “não transmite esperança”. É assim que Janira Hopffer Almada (JHA), presidente do PAICV, classifica a mensagem de Natal do Chefe do Governo, Ulisses Correia e Silva, a quem acusa ainda de estar a dissipar a obra feita pelo anterior governo, formado pelo partido agora na oposição.
“O Primeiro-Ministro tem clara consciência que o Ano de 2018 não foi um ano fácil para os cabo-verdianos! E também tem consciência que o País não só não está melhor, como piorou, sim, nestes quase 3 anos da sua governação”, diz a presidente do PAICV, para quem Ulisses Correia e Silva continua a escudar-se na herança da Governação anterior para tentar justificar a falta de resultados da sua governação.
“Como sempre, e para justificar a sua falta de solução e de resultados, o Primeiro-Ministro falou da “herança” que herdou do PAICV, na sua mensagem. É preciso dizer ao Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Dr. Ulisses Correia e Silva que ele recebeu uma boa herança!”, afirma a presidente do PAICV.
Para Janira Hopffer Almada, que considera que Ulisses Correia e Silva recebeu “um país infraestruturado e com credibilidade, que pagou, até o ultimo dia, os salários (sem rupturas) e honrou todos os seus compromissos” e que “conseguiu cumprir os ODM’s, com um forte programa de combate à pobreza e com as desigualdades sociais a diminuírem”, o problema não é a herança.
“O problema é que o Dr. Ulisses Correia e Silva não está a saber gerir a herança, optando sempre pelo desmantelamento, como aconteceu, por exemplo, com o programa Casa para Todos”, acusa a presidente do PAICV.
Um ano difícil sucede a outro ano difícil
2018 não foi um ano fácil para os cabo-verdianos e 2019 também não o será, prevê Janira Hopffer Almada. “Para 2019, nem o crescimento atingirá os 7% prometidos – para gerar os 9.250 empregos dignos, prometidos; Nem a dívida pública diminuirá – aliás, aumentou, nos últimos 3 anos, cerca de 47 milhões de contos”, afirma a presidente do PAICV.
Janira Hopffer Almada diz ainda que “nem haverá mais bolsas de estudo para os jovens – e ainda se aguarda pelas 50 bolsas nas melhores Universidades do mundo, prometidas na Campanha”. E “nem a gratuitidade de ensino chegará a todos – apesar de ter sido essa a promessa de campanha e apesar da redução dos apoios sócio-educativos a jovens carenciados”.
Aquém das expectativas, alega a líder do PAICV, ficará ainda o aumento salarial, pois, “dos 20 mil funcionários públicos, apenas mil terão aumento salarial de 2,2%”. E a falta de habitação vai continuar, já que “depois do desmantelamento do “Casa para todos”, não se apresentou, ainda, qualquer programa alternativo”.
Os comentários publicados são da inteira responsabilidade do utilizador que os escreve. Para garantir um espaço saudável e transparente, é necessário estar identificado.
O Santiago Magazine é de todos, mas cada um deve assumir a responsabilidade pelo que partilha. Dê a sua opinião, mas dê também a cara.
Inicie sessão ou registe-se para comentar.
Comentários