Sayfullo Saipov, 29 anos, é natural do Uzbequistão, vivia na Florida e já estaria nos EUA desde 2010. Alugou uma carrinha e matou esta terça-feira oito pessoas em Manhattan. Está ligado ao Estado Islâmico e consta que preparava o ataque há um ano.
O suspeito de terrorismo é descrito com um “consumidor voraz” e um “estudante meticuloso” de propaganda do ISIS, avança o The New York Times. A acusação afirma que Saipov foi incentivado por vídeos de propaganda do grupo extremista que apelavam a matar pessoas que estivessem a celebrar o Halloween.
Segundo a acusação, Sayfullo testou na semana passada o ataque num parque de estacionamento de um Home Depot (uma cadeia de lojas americana para produtos para casa). A acusação adianta que o terrorista “decidiu usar uma carrinha para fazer o máximo de danos possíveis a civis”. O New York Times avança ainda que, na semana passada, Saipov ensaiou o percurso de Nova Jérsia a Manhattan com o Uber que dirigia para calcular o melhor percurso.
As acusações contra Saipov mostram como a propaganda extremista influenciou o ataque. Uma edição passada da publicação extremista Rumiyah dá instruções precisas, que foram seguidas pelo terrorista, para um atentado com um carro. As instruções para um ataque alertavam ainda para a necessidade de ter armas de fogo para, depois de embaterem com uma viatura, poderem continuar a matar.
Saipov tinha um saco com facas e uma arma de choques na carrinha alugada que usou para o ataque, mas depois do embate não as conseguiu utilizar. Após o choque com o autocarro escolar, o terrorista berrou “Allahu akbar” (árabe para “Deus é grande”) e saiu do carro com uma arma de paintball e uma pistola de chumbos.
O FBI encontrou no telemóvel do atacante 90 vídeos com instruções do ISIS para se fazer engenhos explosivos e de terroristas a matarem prisioneiros. A acusação afirma que Saipov foi especialmente inspirado por um vídeo de Al-Baghdadi que questiona o que os islâmicos nos Estados Unidos fazem quanto à presença de tropas americanas no Iraque.
Nos três anos em que viveu no condado de Stow, no Ohio, até 2015, Saipov começou a mudar os comportamentos. Antigos vizinhos contaram ao The New York Times que Sayfullo se tornara mais agressivo e tinha deixado crescer barba. O líder da comunidade islâmica, que aglomera o mesmo condado, já condenou os ataques, noticia o Akron Beacon Journal, assumindo que Saipov não era membro registado nem ativo da comunidade.
Um imã, que pediu anonimato ao The New York Times, da cidade Tampa, na Flórida, cidade para onde Saipov se mudou e onde vivia até ao atentado, afirmou que estava “preocupado” com a forma como Sayfullo interpretava a mensagem do Islão. O religioso adiantou à mesma publicação que no último ano aconselhou Saipov a estudar a religião e a “acalmar-se”.
Com Observador
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