Outros Mundos

Sem apresentar qualquer prova, sem o devido processo legal, como é normal em qualquer Estado de direito democrático, sob as ordens de Donald Trump, os militares norte-americanos continuam a atacar pequenas embarcações no mar das Caraíbas, provocando, até ao momento, a morte de 30 pessoas, muitas das quais pescadores provenientes de vários países da região.

O pretexto de Trump é o combate ao tráfico de drogas e ao terrorismo. Agora, após acusações infundadas à Venezuela, o alvo da Casa Branca é a Colômbia, liderada por um presidente de esquerda, Gustavo Petro.

Em violação do direito internacional

O governo venezuelano rejeitou o que considera ser “declarações belicistas e extravagantes do presidente dos EUA” e as qualificou como estando em “violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”.

Segundo as autoridades de Caracas, “Donald Trump admite publicamente haver autorizado operações para atuar contra a paz e a estabilidade” da Venezuela e salientam “com extremo alarme” o “inqualificável” anúncio de Washington de usar a CIA, assim como o envio de tropas dos EUA para as Caraíbas, manobras que, ainda segundo o governo venezuelano, pretendem encobrir uma “mudança de regime na Venezuela” e apropriar-se dos seus recursos: a maior reserva de petróleo do mundo.

Estas intenções foram denunciadas pelas autoridades venezuelanas ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, instando à adoção de “medidas urgentes” que impeçam uma escalada militar nas Caraíbas, zona de paz declarada pelos países da região em 2024.

Ameaças contra a Colômbia

Ao anunciar que vai acabar com “todos os pagamentos e subsídios” dos EUA à Colômbia, Donald Trump expões a escalada de confrontação contra o país latino americano, presidido pelo presidente de esquerda Gustavo Petro. E, mais uma vez, o inquilino da Casa Branca insistiu, no passado dia 19, no falso e capcioso argumento do “combate ao narcotráfico”, visando a soberania da Colômbia.

Gustavo Petro tem vindo a denunciar as políticas belicistas dos EUA para a América Latina, em especial a partir do momento em que a Casa Branca enviou, sem autorização do Congresso (parlamento) norte-americano, um ostensivo contingente militar para as Caraíbas.

Ainda segundo Petro, uma das lanchas atacadas “era colombiana, tinha o motor desligado, levantado um sinal de avaria, presumivelmente em águas colombianas” e que “quem ali estava era um pescador que não voltou para casa”, e identificando-o como Alexandre Carranza, uma pessoa sem qualquer vínculo ao narcotráfico.

Foto: Captura de imagem/Facebook