Muito já se escreveu por aí sobre as trapalhadas do MpD e do seu governo, mas parece que este grupo, de facto, não consegue tomar tino, inúmeras as confusões em que se mete, tanto por palavras e atos e omissões.
Ulisses Correia e Silva e a turma que o segue são, de facto, trapalhões. E confusos. Dizem coisas que nunca fazem, fazem coisas que nunca dizem. Governam consoante as pressões e são especialistas na manobra de intimidação.
Para o MpD, e o seu chefe, criticar a governação é um ato ignóbil, condenável, de lesa pátria, porque antipatriótico. Com o MpD, o bom cidadão é aquele que aplaude tudo o que o governo faz, mesmo quando falta pão na mesa, falta saúde, falta segurança, falta emprego, falta rendimento para as necessidades básicas do ser humano. Mesmo quando a corrupção, o assalto aos recursos públicos, são sintomas evidentes para todo e qualquer cidadão, por mais distraído que seja…
Aliás, o próprio Ulisses Correia e Silva acaba de inventar um conceito de cidadania, à sua imagem e semelhança, convidando os cabo-verdianos, os jovens, a amarem o sofrimento... porque, convenhamos, propor o silêncio a quem esteja a passar por situações de falta de trabalho, de educação, de formação… a quem esteja a assistir à delapidação dos recursos estratégicos do Estado a favor de privados, como esta que está aqui a acontecer entre nós, é contranatura... ninguém consegue ficar calado face ao estado de calamidade institucional por que passa o país.
Exagero... nada. O governo e o partido que o apoia estão a convidar os cabo-verdianos a adotarem comportamentos masoquistas. Esquece o MpD, que se arroga de ser o pai da democracia em Cabo Verde, que a palavra e a indignação são os ingredientes essenciais que aromatizam a democracia.
Enfim, é muita trapalhada, com desconsiderações, intimidações e zombarias pelo meio.
Vejamos. O governo havia anunciado, logo nos primeiros meses do mandato, a morte da Cabo Verde Fast Ferry, pela boca do então ministro da economia, José Gonçalves.
O anúncio foi objeto de severas críticas da sociedade civil, da oposição e dos acionistas da referida empresa. Não se sabe se por motivo das críticas ou por outro motivo qualquer, o certo é que, pouco tempo depois do anúncio do então ministro da Economia, apareceu o ministro das Finanças, Olavo Correia, a desmentir o Gonçalves, afirmando que tinha um plano para a Cabo Verde Fast Ferry.
Só que ninguém imaginaria que o plano do Olavo Correia era concessionar os transportes marítimos inter-ilhas a uma empresa privada estrangeira, num concurso carregado de vícios, conforme atestam inúmeras queixas dos armadores nacionais e outros concorrentes, oferecendo os barcos da Cabo Verde Fast Ferry ao presumivel vencedor do referido concurso, porque, ao que tudo indica, este nem barcos tem.
O vídeo junto mostra o plano que o Olavo Correia tinha para a referida empresa. Afinal, Gonçalves tinha razão... Cabo Verde Fast Ferry era uma vez. Agora é CV Inter-ilhas. Já começou o processo de substituição do nome. Sen djobe pa lado.
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