Os Movimentos Negros vão estar na rua de Lisboa no dia 21 de Setembro para a primeira Marcha Cabral de Portugal, visando celebrar o centenário de nascimento de Amílcar Cabral, assinalado a 12 de Setembro.
A iniciativa inédita para homenagear o líder emblemático das lutas pela independência de Guiné-Bissau e Cabo Verde terá lugar na mesma avenida [da Liberdade] onde, anualmente, milhares de pessoas se reúnem para celebrar o 25 de Abril, data que marcou o fim da ditadura e do fascismo salazarista em Portugal.
Os organizadores da marcha afirmam que “o 25 de Abril nasceu em África”, destacando a importância crucial de Amílcar Cabral para a Revolução dos Cravos, por isso, para eles, a celebração do 25 de Abril só será plena quando houver o reconhecimento e a inclusão da figura de Cabral na memória e na história da democratização de Portugal.
A marcha que “carrega um forte simbolismo”, porque Amílcar Cabral é, para os Movimentos Negros e para muitos outros, um dos heróis da Revolução dos Cravos, defendendo que “o reconhecimento e a inscrição da figura de Amílcar Cabral na história de Portugal são formas de reparar a própria história do país”.
Sob o lema “Unidade e luta: contra o fascismo, a xenofobia e o neocolonialismo” os organizadores afirmam que vão marchar “contra a fome, a guerra, a miséria e a injustiça”, a mobilização também se posiciona em solidariedade com os povos do Congo, do Sudão, da Palestina, da Guiné-Bissau, e em apoio a figuras como Cláudia Simões e Mumia Abu Jamal, que ainda hoje enfrentam a “brutalidade do poder capitalista, fascista, xenófobo, patriarcal, racista, afrofóbico e neocolonial”.
“Esta primeira Marcha Cabral de Portugal é uma convocatória para a luta contínua contra as opressões que persistem em várias partes do mundo, celebrando a memória de um dos maiores líderes anticoloniais da história moderna”, explica a organização.
Inspirados pelo vasto legado de pensamento e prática anticolonial de Cabral, os organizadores convidam todas as pessoas e colectivos em Portugal a participarem nesta “marcha nacional, internacionalista, panafricanista e anticapitalista”.
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