PAICV acusa Governo de desestabilizar transportes aéreos com a retirada da Bestfly de Cabo Verde
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PAICV acusa Governo de desestabilizar transportes aéreos com a retirada da Bestfly de Cabo Verde

O PAICV acusou o Governo de estar a desestabilizar a conectividade entre as ilhas por falta de soluções, compromisso, confiança e credibilidade que garanta confiança para que as pessoas possam operar em Cabo Verde.

“Em oito anos, esta é a terceira companhia aérea doméstica a despedir-se de Cabo Verde e a despedir-se em situações preocupantes, na sequência de uma degradação de serviços e encargos assumidos pelos cabo-verdianos através de impostos e às vezes até de propaganda do Governo na qualidade de serviço”, disse o presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), numa conferência de imprensa em que abordou questões sobre os transportes Aéreos no país.

Para Rui Semedo, alguma coisa não bate certo quando, pela terceira vez, companhias aéreas se despedem do país ressaltando ainda que “os erros e falhas estão em nós em não ter soluções de compromisso, de confiança e credibilidade que garantam confiança para que as pessoas possam operar em Cabo Verde”.

Prossegue afirmando que há muito vem circulando mensagens de que a Bestfly está a despedir-se definitivamente do país do Bestfly, mas que o Governo nada tem dito à população.

“A pergunta que se coloca é onde está o Governo, porquê que este está nos momentos de chegadas dos parceiros com festa, brindes e comemorações, mas nos momentos das dificuldades e de despedidas não vimos esse parceiro a dar satisfação as pessoas”, questionou, sublinhando que os cabo-verdianos precisam de respostas quanto à garantia dos seus direitos a circulação, a conectividade, a regularidade e previsibilidade nas saídas entre as ilhas.

Defende ainda que com esta atitude os cabo-verdianos não têm direito ou a flexibilidade de ter o direito fundamental que é o as pessoas terem um sistema de transporte que os garanta a estabilidade, segurança, regularidade e possibilidade que seja comportável com o poder de compra das pessoas.

“Isto nos faz pensar se são as operadoras ou o Governo que não têm tido respostas adequadas para ter no país uma operadora que sirva as pessoas. Aqui as pessoas são as mais prejudicadas, por falta de transporte, efeitos e impactos na economia, e pelos nossos recursos que ficam não rentabilizados pela via de alocação imprevisível”, disse.

Rui Semedo adiantou ainda que Cabo Verde está a regressar ao ponto abaixo do ponto de partir de 2016, em existiam três aviões a funcionar, estando uma em reparação e duas a funcionar plenamente fazendo a operação doméstica.

“Estamos a regressar ao tempo em que a oposição tinha dito que a solução era regressar à companhia área nacional doméstica e criar condições para concorrência e não sem monopólio”, acrescentou.

Lembrou ainda, na sua comunicação, que o país tem falado pouco nos profissionais afecto às transportadoras aéreas e da instabilidade que se criou para os funcionários da companhia, começando com a deslocação à ilha do Sal e agora com o regresso à base.

A par disso, lembra a situação por que passa as famílias que estão no ramo de transportes aéreos e questiona sobre quem garante os direitos fundamentais dessas famílias.

“Nós desestruturamos os serviços que tínhamos. Uma das melhores empresas de manutenção na nossa sub-região e que não ficava a dever nada a ninguém. Temos pilotos, mas devido a este quadro estamos a perder, assim como o pessoal de cabine”, concluiu.

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