
O Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU alertou hoje que, por falta de financiamento, só poderá ajudar um terço dos cerca de 318 milhões de pessoas que necessitarão de ajuda alimentar em 2026. por falta de financiamento. A agência “poderá receber apenas cerca de metade” do montante previsto.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU alertou esta terça-feira, 18, que só poderá ajudar um terço dos cerca de 318 milhões de pessoas que irão necessitar de ajuda alimentar em 2026. A falta de financiamento é a causa do anúncio do PAM - a maior agência humanitária do mundo.
“De acordo com as Perspetivas Globais 2026 do PAM, 318 milhões de pessoas enfrentarão numa situação de fome crítica, ou pior, no próximo ano, o que representa mais do dobro do número registado em 2019”, disse a agência da ONU em comunicado.
A agência, com sede em Roma (Itália), alertou que a redução dos financiamentos humanitários internacionais vai forçar o PAM a “concentrar a ajuda alimentar em cerca de um terço” dos necessitados, o que corresponde a 110 milhões de pessoas. O custo global estimado é de 13 mil milhões de dólares, o equivalente a 11,2 mil milhões de euros, ao câmbio atual, pode ler-se no comunicado.
Ainda de acordo com as previsões de financiamento atuais, a agência “poderá receber apenas cerca de metade” do montante previsto na estimativa.
Milhões de pessoas irão enfrentar a fome
“O mundo enfrenta várias fomes simultâneas, em Gaza e em algumas regiões do Sudão. Isso é totalmente inaceitável no século XXI”, lamentou a diretora-geral do PAM, Cindy McCain, citada no comunicado.
Na semana passada, o PAM e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) já tinham advertido que milhões de pessoas adicionais no mundo poderiam enfrentar a fome ou o risco de fome.
E alertaram, também, que a situação estava a agravar-se em 16 zonas críticas confrontadas com uma insegurança alimentar aguda, entre as quais Haiti, Mali, Palestina e Sudão.
O financiamento da ajuda humanitária é “perigosamente insuficiente”, alertaram os dois órgãos da ONU dedicados à alimentação e à agricultura num relatório conjunto.
“A crise alimentar global não mostra sinais de acalmia em 2026, uma vez que os conflitos, os fenómenos meteorológicos extremos e a instabilidade económica deverão gerar um novo ano de insegurança alimentar grave”, acrescentou McCain.
O Programa Alimentar Mundial é a maior agência humanitária do mundo. Criada em 1961, para combater a fome e garantir a segurança alimentar, o PAM tem vindo a salvar vidas em conflitos e desastres naturais, distribuindo ajuda alimentar e trabalhando em programas de alimentação escolar e assistência financeira para as comunidades.
C/Lusa
Foto: WFP/Joseph Fambovev
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