O ministro das Finanças, Olavo Correia, disse hoje ser falsa a afirmação de que o país está a crescer abaixo do seu potencial, assegurando que Cabo Verde e África estão a crescer no limite do seu potencial.
Olavo Correia deu esta garantia à margem do X Simpósio Germano-Cabo-Verdiano de Energia promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA), na cidade da Praia.
“Alguém disse há dias que Cabo Verde cresce abaixo do seu potencial, essa afirmação é falsa. Nem Cabo Verde e nem África crescem abaixo do seu potencial”, o governante reagia assim às afirmações do Presidente da República, José Maria Neves, proferidas há dias, de que “Cabo Verde está a crescer abaixo do seu potencial por desaproveitar os seus talentos”.
O ministro considerou que, economicamente é falso fazer esta afirmação, tendo argumentado que o país e o continente estão a crescer no limite do seu potencial.
“Nós crescemos à volta dos 5,0 por cento (%) que é o potencial do crescimento da economia cabo-verdiana, a África cresce à volta dos 3,0-4,0% que é o potencial do crescimento do continente africano”, precisou, fundamentando que a obrigação destes é duplicar o potencial do crescimento económico nas próximas quatro ou cinco décadas.
Isto para que, sustentou, possam garantir a transformação do continente africano e do país, uma vez que a seu ver o problema não está em crescer abaixo do potencial, mas no aumento do potencial.
“E nesse aumento do potencial, o tema da energia está no topo da agenda, assim como o tema das conectividades, do capital humano, do sector privado e o tema da governança”, indicou, defendendo que, para isso, é preciso haver regulação de instituições, capacidade institucional para fazer as coisas acontecerem, implementar e garantir a implementação no tempo certo das medidas que forem previstas.
Pois, conforme vincou, sem isso Cabo Verde e África não vão conseguir dar resposta a um bem público também que é tão importante como o clima, que é o emprego.
“Reparem que em África vão para o desemprego todos os anos diversos milhões de jovens e mulheres, todos os meses são quatro milhões de jovens africanos que procuram o mercado de trabalho. Se nós não tivemos o ‘status quo’ já conhecemos quais são as consequências", sublinhou, apontando entre elas a emigração forçada, a desesperança, a instabilidade e a perpetuação da pobreza.
Neste sentido salientou que todos são convocados a uma mudança de atitude, a uma mudança de abordagem apelando ao sentido de urgência em relação àquilo que tem de ser feito.
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