Orlando Dias publicou hoje um duro e contundente post na rede social facebook criticando o vice-primeiro ministro e ministro das Finanças. Segundo aquele deputado do MpD, colocado no Parlamento da CEDEAO, as declarações do ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, sobre o não pagamento da taxa comunitária à CEDEAO, “são de uma enorme irresponsabilidade, não inteligentes, descabidas e vã tentativa de justificar o calote que o Estado de Cabo Verde tem perante a comunidade”.
“Um país de bem, quando assina acordos e aprova critérios, tem que ter a responsabilidade e a integridade de cumpri-los”, pontuou Dias, acrescentando de imediato: “Se o Estado de Cabo Verde considera que o montante de pagamento é exagerado, que pague, pelo menos metade, um terço, um quarto ou até um décimo anualmente, e não ficar sem pagar durante vários anos, com maior incidência nos últimos sete anos consecutivos”.
Até porque, prosseguiu Dias, “a CEDEAO está a exigir que Cabo Verde, pelo menos, dê um sinal de pagamento todos os anos, independentemente do montante que pode satisfazer”.
De acordo com o deputado, a renegociação dos critérios "não pode permitir que Cabo Verde fique sete anos sem pagar um tostão da taxa comunitária, estando como membro de pleno direito da CEDEAO. Cabo Verde só estará em condições de renegociar os critérios de pagamento da taxa comunitária, se começar a dar sinais anuais de pagamento da taxa comunitária”.
E finaliza: “O não pagamento durante vários anos, com a acumulação da dívida de mais de trinta milhões de euros, só prova a não vontade de Cabo Verde em continuar a fazer parte da CEDEAO, o que é preconceituoso, um erro político e uma cínica falta de vontade desprezível”.
Este post de Orlando Dias, que na verdade é um comunicado do deputado, surgem depois de o Vice-primeiro ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia, ter defendido ontem, em conferência de imprensa, a necessidade de se rever a fórmula de pagamento, adotada em 1996, antes de o país saldar a dívida existente, tema, de resto, que o governante não quer ver tratado na praça pública. Na semana passada, o Presidente da República também se pronunciou sobre as dívidas de Cabo Verde junto à CEDEAO, considerando a situação, que ultrapassa os 28 milhões de euros, como grave.
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