
No encerramento das Jornadas Parlamentares, o líder do PAICV destacou a “longa crise” energética, defendendo “soluções estruturais” e afirmando que os cortes de energia recentes “são consequência de uma década de má gestão” do governo do MpD. Francisco Carvalho avançou, ainda, números que comprovam a acusação.
Intervindo no encerramento das Jornadas Parlamentares do seu partido esta segunda-feira, 28, o presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), sustentou que, em 2016, quando o MpD chegou ao poder, a capacidade de produção de energia na ilha de Santiago era 200 porcento (%) superior ao consumo da população. Mas, pesem os estudos alertarem que essa capacidade só seria suficiente até 2019, nenhum investimento foi feito, mantendo-se a produção em cerca de 70 megawatts, apesar de o consumo continuar a aumentar.
“Hoje, com um consumo de aproximadamente 60 megawatts e produção de cerca de 70, qualquer avaria provoca cortes de energia”, alertou Francisco Carvalho, para quem a situação atual não é uma crise pontual, antes o resultado da falta de capacidade e de vontade política de investir no setor energético.
Alternativa é voltar a investir no setor energético
O líder do PAICV recordou a história recente do país e relembrou que, na década de noventa, o MpD desprezou o setor de energia, vendendo a Electra ao capital estrangeiro, pelo que o PAICV, no início da década de dois mil, teve de reconstruir a capacidade do setor para garantir o fornecimento à população.
“A alternativa é voltar a investir seriamente em energia, apostando em fontes renováveis, como solar e eólica, com equipamentos de baixo consumo e tarifas justas”, salientou Francisco Carvalho.
Para o presidente do PAICV é necessário uma gestão eficiente e controlo do consumo, mas lembrando que, ao contrário do que muitas vezes se pensa, as perdas de energia não vêm dos pequenos consumidores, mas sim dos grandes consumidores e serviços.
Por último, Francisco Carvalho defendeu a implementação de contadores pré-pagos como uma das medidas fundamental de resposta às perdas de energia.
Foto: GP/PAICV
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